Campanha recolhe 169 armas em 4 anos

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Campanha recolhe 169 armas em 4 anos

Incentivo ao desarmamento é realizado pela Delegacia Regional de Polícia Civil

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Vale do Taquari – A implantação do Estatuto do Desarmamento completa dez anos em 2014. A partir disso, uma campanha do governo federal, em conjunto com setores de segurança nacional, tenta desarmar a população. Os cidadãos são ressarcidos com valores que variam de R$ 150 a R$ 450 por arma entregue. O preço varia de acordo com a marca e o calibre. Na região, foram contabilizadas 169 desde 2011.

02A delegada regional, Elisabete Müller, considera satisfatório o número de devoluções registradas até o momento. Em 2014, 36 armas de fogo foram entregues de forma facultativa pelos portadores. Foram dez espingardas, 22 revólveres, uma garrucha e três pistolas. No ano passado, a delegacia recebeu 60 objetos. Há três anos, foram 21.

Todo material recolhido é encaminhado ao Exército. A maioria das armas costuma ser destruída. No entanto, dependendo da qualidade e do estado, a polícia pode optar pela reutilização. “É comum o reaproveitamento de algumas armas. Mas geralmente acabam descartadas.”

Segundo Elisabete, a equipe da Polícia Civil costuma buscar o armamento na casa do cidadão. “Muitos questionam a melhor forma de nos trazer, já que o porte não permite que a grande maioria ande na rua armada. Então nós costumamos buscar na casa da pessoa.” Mas também é possível retirar uma guia de trânsito para o transporte no site da Polícia Federal.

Ao entregar a arma, o cidadão recebe um protocolo para sacar a indenização. O valor pode ser retirado após 24 horas da entrega, em agência bancária determinada pelo governo federal. Também é garantido o anonimato. O único documento exigido, para casos em que não existe o porte da arma, é a guia de trânsito.

Conforme estimativa do Ministério da Justiça, há 16 milhões de armas legais e ilegais no Brasil. Destas, 1,8 milhão estão legalizadas com registros emitidos pela Polícia Federal. Outras 5,8 milhões têm origem conhecida, mas são irregulares. Especialistas afirmam que muitos cidadãos deixam de renovar pelos altos custos e excesso de burocracia.

O Rio Grande do Sul é o segundo estado no país em número de entrega voluntária de armamentos. São 231 postos, sendo 112 da Polícia Militar, 104 da Polícia Civil, 14 da Polícia Federal e um da Polícia Rodoviária Federal. No ano passado, foram recolhidas 3.641. A taxa é de 11,78 armas recolhidas para cada cem mil habitantes. Perde apenas para o estado de Pernambuco.

Nove anos do referendo

Ontem completou nove anos do referendo popular que rejeitou a proibição da venda de armas de fogo e munições. Cerca de 60 milhões de brasileiros – o que representou 63,94% dos eleitores da época – votaram. Mesmo assim, o estatuto dificulta o acesso às armas pelos civis. Afora policiais, outros cidadãos precisam preencher série de requisitos e arcar com altos custos para conquistar e renovar a posse de arma.

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