A saca de soja teve uma valorização de 75% em relação a 2011. Conforme o engenheiro agrônomo Nilo Cortez, da Emater Regional de Lajeado, os motivos para a alta do grão são: as perdas provocadas pela falta de chuva em todo país e na Argentina e o aumento da procura por parte das indústrias de óleo e biodiesel.
Cortez afirma que esse é um preço histórico. “O máximo que o produtor ganhou foi R$ 56 a saca em 2008.” Exige cautela diante de tanta euforia no mercado. “Já tivemos momentos semelhantes, mas passaram.”
Apesar disso, há reclamação dos produtores devido à alta nos preços dos insumos, como ureia e adubo, que reduziram os lucros do sojicultor.
Mesmo com a queda de 40% na produção de soja na região e no estado, em relação à safra anterior, acredita que o grão será a grande aposta do agricultor para o próximo ciclo.
A previsão de aumento das chuvas, no próximo verão, e o bom preço da saca no mercado atual geram expectativa de uma boa colheita para 2013. “Com uma safra farta poderemos ter queda nos preços.”
Cita que há produtores vendendo o grão que será colhido na próxima colheita. Nas últimas semanas, a procura por sementes aumentou. Projeta que na região haverá crescimento na área cultivada.
Saiba Mais
Conforme levantamento da Emater/RS-Ascar e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de soja registrou uma queda de 43,7% na relação entre a safra deste ano e a de 2011. A produção caiu de 11,621 milhões de toneladas para 6,547 milhões.
Na questão da produtividade, a soja registrou queda de 45,25%, passando de 2,845 quilos por hectare para 1.560 quilos por hectare. As projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) indicam de que a área plantada com soja deverá crescer 4,8 milhões de hectares nos próximos dez anos.
A alta cotação da soja nos últimos anos transformou a oleaginosa na principal cultura brasileira, com uma área que corresponde a 49% do cultivo de grãos no país. Principal geradora de divisas cambiais com as exportações, a soja deverá representar 40% do comércio mundial do grão e 73% do óleo de soja até 2019.
Insumos estão mais caros
O casal Atanácio,62 e Celi Fucks, 62, de Barra da Forquetinha, cultiva soja há mais de 40 anos e reclama do aumento dos insumos.
Na última safra, colheu 380 sacas em 8 hectares plantados. “Nunca tivemos um valor tão alto. O máximo que ganhamos foi R$ 47 há dez anos.”
Mesmo com o preço elevado, a área que será semeada em outubro deve se manter estável. Fucks diz que a alta do preço fez com que o valor dos insumos registrasse aumento.
Diz que no caso do adubo, a saca registrou elevação de R$ 10 em comparação com a safra anterior. “Com isso nosso lucro é menor ou fica na mesma proporção do ciclo anterior.”