Vereadores querem reduzir valor dos subsídios

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Vereadores querem reduzir valor dos subsídios

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A pressão popular fez os vereadores revogarem o aumento de 37,2% au­to-concedido em abril. Uma comissão elaborou um proje­to para reduzir a alteração, válida para 2013, e deve ser votado em 15 dias.

Com os valores atuais, os le­gisladores receberão R$ 5 mil a partir de 2013 – hoje, o subsídio é de R$ 3.437,65. Uma pesquisa divulgada pelo jornal A Hora, em 20 de abril, mostrou que 151 encantadenses são contra o novo valor.

O presidente da câmara, Eldo Edgar Orlandini (PMDB) confir­ma o motivo da proposta. Os vereadores resolveram discutir mais uma vez sobre o aumento. A alteração foi analisada pelos líderes das bancadas do PTB, PP, PMDB, PDT e Orlandini.

Destes, apenas Cláudio Rober­to da Silva (PMDB) está indeciso. Os demais são favoráveis. O pro­jeto está liberado para a discus­são em plenário.

Só Jonas Calvi (PTB) e Sander Bertozzi (PP) votaram contra o aumento em abril. Ambos manterão o voto e buscam a diminuição do subsídio. Outro progressista, Arno Bagatini vo­tará conforme a maioria, por não ser mais candidato. Ele acredita que, caso o aumento seja mantido, as críticas da so­ciedade retornarão.

Os vereadores Jair Tonezer (PMDB) e Valdecir Gonzatti (PMDB) estão indecisos e aguar­dam a discussão com os demais vereadores para se posicionar. Ivanor Daltoé (PP) concorda com a diminuição, mas impõe uma condição: que haja uma altera­ção no pagamento de diárias.

O projeto substitui as diárias por indenização. Os vereadores serão ressarcidos pelo Legisla­tivo quando viajarem, desde que apresentem as notas fiscais dos gastos. Esta proposta tam­bém deve ser votada dentro de 15 dias. Para serem válidos, os projetos devem ser aprovados por maioria simples e em ape­nas um turno.

Comunidade reclama

Aposentados, como Nair Santin, 68, consideram injustos os subsí­dios. Compara o valor ao salário de trabalhadores, que trabalham mais para ganhar menos. Ela cita também a possibilidade dos vere­adores exerceram outra profissão, o que aumenta ainda mais a ren da mensal de cada um.

Açogueiro, Sérgio Mayer, 21, também reclama do valor. Infor­ma que o salário é quatro vezes menor que o subsídio dos legisla­dores. As auxiliares de crediário, Ana Paula Brandão, 21, e Teneli Radaelli, 25, também discordam com o aumento. “É um absurdo. O trabalhador que sua a camisa todo dia não recebe esse salário”, diz Ana Paula.

O auxiliar de serviços, Edgar Ferreira da Silva, 42, considera o aumento vergonhoso. “Para que querem aumento? Para se reuni­rem uma vez por semana e só bri­garem lá dentro?”, irrita-se.

Demais câmaras

A pesquisa publicada pelo jornal A Hora mostrou a in­satisfação dos moradores quanto aos subsídios dos vereadores de quatro muni­cípios: Encantado, Estrela, Lajeado e Teutônia.

Os presidentes dos legis­lativos têm opinião contrária quanto aos valores. Em Estre­la, o aumento será mantido. O projeto foi aprovado pelos legisladores em dois turnos e sancionado pelo prefeito Cel­so Brönstrup.

O presidente do Legislativo estrelense, Juarez Fülber (PPS) ressalta que, antes de encami­nhar um projeto, deve conver­sar com os colegas. Entretanto, desconhece se isso ocorrerá.

Rui Olíbio Reinke (PSDB), o “Adriel”, preside o Legis­lativo lajeadense e elogiou a iniciativa de Encantado. Lembra que ele encaminhou uma proposta para reduzir o subsídio de todos os agentes políticos em 40%. O projeto deve entrar em votação na próxima semana.

A reportagem procurou o presidente da câmara de Teu­tônia, Jonas Brönstrup, para uma manifestação, mas não obteve sucesso.

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