Daer critica falta de planejamento de municípios

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Daer critica falta de planejamento de municípios

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A morte de Paula Pâmela da Cunha Werlang, 15, na ERS-419, no bairro Boa Vista, em Teutô­nia, reascendeu a preocupação de moradores e autoridades regionais quanto a falta de acos­tamentos nas rodovias estaduais. A adolescente foi atro­pelada por um caminhão na noite de 16 de abril, quando retornava para a casa.

dAs cobranças são direcionadas ao superintendente da 11ª superintendência do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Hildo Mourão. Vereadores do município culparam a autarquia. Afirmam que um pedido foi enca­minhado há dois anos e que nada foi feito.

Pelo menos 11 rodovias no Vale estão sem acostamento (veja boxe). Mourão isenta o Daer. Salienta que as medidas de segurança devem ser feitas pelos municípios. Critica a falta de planejamento das administrações municipais, que autorizam a instalação de empresas e de moradias à bei­ra das estradas, sem fazer as adaptações necessárias para evitar fatalidades.

Cita como exemplo a construção de um condomínio no bairro Jardim do Cedro, em Lajeado, próximo da ERS-130. “Eles fizeram um acesso precário. Agora co­bram do Daer uma rótula, mas isso é responsabilidade de quem fez a obra.”

Ele justifica a responsabilidade dos Executivos devido à cobrança do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), cuja arrecadação é direcionada apenas aos cofres municipais.

Sugestões do Daer

Mourão dá duas sugestões aos prefeitos, quando autorizarem a instalação de moradias e de empresas próximo das rodovias. A primei­ra é a construção de uma rua paralela, dentro do perímetro urbano. Para ele, esta via deve conter uma ciclovia e calçadas, incentivando a população a deixar as rodovias apenas para veículos motorizados.

Em casos sem possibilidade de implantar uma rua paralela, recomenda que os municí­pios construam calçadas. Basta os prefeitos en­caminharem um projeto ao Daer que permitirá a obra dentro da faixa de domínio do estado. “Em nenhum lugar do mundo está dito que acostamento é para caminhar. As pessoas são obrigadas a usá-lo por falta de opção.”

Cita como exemplo a pavimentação de Co­linas, onde a administração municipal pavi­mentou a estrada da Linha Santo Antônio. O município conseguiu recursos federais para construir uma calçada em um dos lados da ro­dovia. A obra foi concluída no fim de 2011.

“As estradas se tornaram inconvenientes”

O superintendente reclama das críticas feitas à falta de acostamento. “As estradas ajudaram a de­senvolver os municípios, e as pessoas foram morar próximos dela. Agora, elas se tornaram inconve­nientes”, ironiza, referindo-se às licenças concedi­das pelos Executivos para ocuparem espaços próxi­mos das rodovias estaduais.

Perigo para os moradores

Teutônia – Poço das Antas

A ERS-419 tem cerca de sete quilô­metros que pertencem a Teutônia e cerca de 3,5 quilômetros tem calça­da. É a única opção para os morado­res do bairro Boa Vista se deslocarem para os demais bairros de Teutônia.

A diarista Sandra de Vargas, 30, todos os dias, pedala seis quilômetros para o trabalho e reclama da insegu­rança. “Os motoristas não respeitam a gente e temos que, às vezes, dispu­tar espaço.” O fluxo de caminhões aumentará quando o frigorífico de suínos da Languiru iniciar as opera­ções.

O engenheiro do município, Ivandro da Rosa concorda com a necessidade de calçadas. Afirma que o Executivo e o Daer iniciaram as negociações para implantar novas medidas de seguran­ça há dois meses. O local foi vistoriado por Mourão.

Cruzeiro do Sul-Lajeado

A ERS-130, entre os dois municípios, é outro trecho conside­rado perigoso. No início do ano, dois ciclistas foram atropela­dos, enquanto atravessavam a rodovia à noite. O local tem poucos acostamentos.

O secretário interino de Obras de Lajeado, Hernani Bours­cheidt reconhece a importância das vias, destinadas aos pedestres, ao longo de rodovias. Ressalta que o município deve se comprometer a fazer essas pistas, mas com apoio financeiro do estado.

Ele enfatiza que os municípios devem se conscientizar da im­portância das vias e elaborar estudos sobre a questão. “Não po­demos custear sozinhos uma obra de Lajeado a Forquetinha.”

Mourão adianta que o Daer construirá logo um acostamen­to na rodovia. Um estudo foi encaminhado à direção estadual para rebaixar a lateral das rodovia em 25 centímetros. O acos­tamento terá cerca de 1,3 metro de largura e um caimento para a drenagem da rodovia em dias de chuva.

Marques de Souza-Travesseiro

O estudante Edinan Bruxel, 18, mora no centro de Travesseiro. Comenta que é comum as pessoas praticarem exercícios ao longo da rodovia. Como há pouco acostamento, é perigoso. Ele evita ir caminhando ou de bicicleta pelo local. “A maioria das vezes preci­so andar na contramão para não ficar no meio da pista.”

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