Empresas de vigilância atuam de forma ilegal

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Empresas de vigilância atuam de forma ilegal

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A maioria das empresas da região que instala sistemas de segurança, oferece vigilância de­sarmada, e serviços de zeladoria operam de maneira irregular.

Em Lajeado, por exemplo, das 29 registradas na administra­ção municipal, apenas quatro têm alvará de funcionamento concedido pelo Grupamento de Supervisão de Vigilância e Guardas (GSVG), órgão ligado à Brigada Militar (BM) gaúcha.a

O portal do GSGV mostra 449 empreendimentos regula­rizados no estado, sendo 13 da região (veja boxe). Além de La­jeado, são seis de Venâncio Ai­res, dois de Encantado e um de Estrela. Nos demais municípios, nenhuma empresa do setor está regularizada.

Valmor Muhl é dono de uma das empresas de Lajeado que atendem a legislação. Ele traba­lha no ramo desde 1991 e regu­larizou a situação em 2007. Diz que a maioria age na clandesti­nidade para contratar sem car­teira assinada e fugir da carga tributária. Em 2011, gastou em torno de R$ 24 mil com encar­gos trabalhistas e legais.

Em reclamação enviada on­tem ao GSVG, cita que uma em­presa de eventos de Encantado não tem registro, mas conta com uma equipe armada que será responsável pela organização e segurança da

ExpoRoca, em Roca Sales. “O pessoal não tem curso de combate a incêndio, podendo colocar em risco a segurança das pessoas, se algo acontecer nos pavilhões fechados.”

Acredita que a fiscalização não é atuante e isso permite que empresas trabalhem de manei­ra ilegal, com preços abaixo de mercado e empregando pessoas com pendências na Justiça.

Segundo o capitão Daniel da Silva Vasconcellos, chefe do GSVG, o órgão é responsável pelos alvarás de empresas que não utilizam armas de fogo, como as de zeladoria, porta­ria e sistemas de segurança. Em 2011 o, o GSVG autorizou mais de 1,5 mil investigações, a maioria por denúncias de ir­regularidades.

Destas, 607 empresas preci­saram obter o alvará ou en­cerrar as atividades. Em 2011, foram concedidos 450. Afirma que o controle e cadastro das que utilizam esse equipamento para escolta armada e trans­porte de valores é responsabi­lidade da Polícia Federal (PF). Na região, apenas instituições financeiras e grandes empre­sas utilizam esse tipo de prote­ção contratando os serviços na Região Metropolitana.

Empresas registradas no GSVG

Venâncio Aires

– Consigilo Serviços Ltda

– Gsm Gerenciamento de Moni­toramento de Alarmes Ltda

– Cledisson Miguel Ribeiro – Segurança Patrimonial

– Sílvio P. Garcia – Sistel Sistemas de Alarme e Telefonia

– Risan Serviços de Zeladoria Ltda

– Wunibaldo Kessler – W Kessler

Lajeado

– Florestal Alimentos S/A

– Odiles de Souza & Cia Ltda Me – Portaria e Zeladoria Muhl

– Fischer – Portaria e Zeladoria Ltda

– Prosul Sistemas de Segurança Ltda

Encantado

– Zeladoria e Portaria Barone Ltda

– Valcenor Angelo dos Santos – Visão Zeladoria

Estrela

– PZE-Sistemas de Segurança Ltda – Me

* Empreendimentos de zeladoria, serviços de portaria, sistemas de segurança e vigilânica desar­mada. As informações são do Grupamento de Supervisão de Vigilância e Guardas (GSVG)

“Existe fiscalização”

Uma nota de instrução transferiu a responsabilida­de da fiscalização nos muni­cípios para o efetivo da BM. “Sempre que houver denún­cias ou o conhecimento de empresas que atuam sem permissão eles devem agir”, diz. Segundo Vasconcellos, diversas forjam documenta­ções e empregam seguranças e vigias de forma clandestina por meio de “bicos”.

O tenente-coronel Antônio Scussel, do CRPO-VT (Co­mando Regional de Policia­mento Ostensivo do Vale do Taquari), diz que os casos serão investigados cruzando as informações das adminis­trações municipais com as do GSVG em cada cidade.

Caso as empresas não es­tejam regularizadas, devem se adequar ou encerrar ativi­dades. Acredita que como são poucos os policiais que tra­balham no órgão, fica difícil agilizar a fiscalização em todo o estado. “Há fiscalização e autuação de empresas.”

Acredita que algumas em­presas estão em processo de solicitar o alvará, o que demo­ra. Nas festas onde há segu­rança privada é comum que os seguranças sejam abordados pelos policiais militares para verificar se estão em situação regular e não armados.

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