Estiagem deixa a região em alerta

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Estiagem deixa a região em alerta

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O Rio Forqueta re­trata o cenário de estiagem prevista na região e no es­tado. O nível das águas está inferior a 30 centímetros em diversos pontos, provocando a morte de peixes. A geração de energia pelas hidrelétri­cas também é prejudicada.

De acordo com a biólo­ga Leila Cristiane Bruxel, a água represada em poços no leito – causado pelas repeti­das enchentes – dificulta o fluxo.Observa que os peixes ficam presos nestes “açu­des” e não conseguem fazer a piracema. Nestes locais há pouca formação de oxigênio e isso pode resultar na morte dos animais.

Em pontos mais críticos, como em Linha Cairu, inte­rior de Travesseiro, o rio está secando. Leila ressalta que o acesso de animais, sobre­tudo de bovinos, deve ser restringido em função de possível contaminação da água parada. O consumo de peixes também deve ser evi­tado. “Eles podem estar do­entes, exemplo disto é que alguns já estão morrendo.”

O chefe do Centro de Pes­quisas e Previsão Meteoroló­gica da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Gilberto Diniz prevê que a média de precipitações de janeiro a março seja a mais baixa dos últimos 30 anos.a

Observa que nestes meses o estado terá insuficiência de chuva, em especial na Região Centro-Sul. A exceção está na Região Norte, na divisa com Santa Catarina. Isso se deve ao fenômeno meteorológico La Niña, que atua sobre o es­tado desde 2012. “A previsão de pesquisadores é de que o fenômeno aja até novembro de 2012.”

As temperaturas, de acor­do com ele, serão elevadas, a exemplo de Uruguaiana, que na terça-feira registrou 40,9 °C. Isso se deve à pouca chu­va. Comparou o clima do es­tado ao deserto, onde é frio durante a noite e quente no decorrer do dia.

Geração de energia cai 80%

A hidrelétrica Salto Forqueta, da Cooperativa Certel, entre São José do Herval e Putinga, opera com apenas um quinto da capa­cidade total, que é de 6,124 MW (megawatts). Mais de 18 mil as­sociados podem ser atendidos com essa potência.

A energia gerada abastece os municípios de Gramado Xavier, Boqueirão do Leão, Progresso, Sério, Canudos do Vale, Pouso Novo, Forquetinha e Marques de Souza.

Previsão do tempo

De acordo com o Centro de Informações Hidrometeorológi­cas do Clima Tempo, hoje o dia ensolarado pode ser encoberto por nuvens durante a manhã. À tarde e à noite pode haver pan­cadas de chuva. A precipitação deve chegar a 5 mililitros.

Amanhã o dia será chuvoso, com possibilidade de 12 milímetros em algumas regiões. O sábado será semelhante. No domingo, o sol volta a predominar. As temperaturas se elevam durante a próxima semana.

O que é La Niña

O baixo volume de chu­vas é resultado do fenôme­no meteorológico La Niña, marcado pelo esfriamento das águas do Pacífico Equa­torial. Com isso, as frentes frias chegam com menos frequência ao estado.

Abastecimento não é afetado

De acordo com a Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan), o nível do Rio Taquari é monitorado todos os dias e, por enquanto, não há preocupação. A situação poderá piorar no mo­mento em que o nível diminuir e aumentar a concentração de po­luentes e algas.

A Corsan pede aos usuários que economizem água. Em Lajeado, são abastecidas em torno de 26,8 mil economias. Por dia, a produ­ção está entre 15 e 18 mil metros cúbicos de água.

Histórico de Secas

Conforme observador de volumes de chuvas e variações meteorológicas, Bruno Guillante, de Forqueta Baixa, em Arroio do Meio, a es­tiagem poderá ser a mais acentuada das últi­mas décadas.

A maior seca registrada na região aconteceu de 1943 a 1945. Neste período houve apenas chuvas esparsas. “A estiagem se prolongou por vários meses, provocando a perda total das sa­fras.”

De acordo com o historiador José Alfredo Schierholt, os verões de 2004, 2005 e 2006 vol­taram a castigar a região com perdas nas la­vouras que chegaram a 90% em alguns municí­pios. A seca mais antiga da qual se tem registros aconteceu entre os anos de 1876 e 1877.

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