O aumento de subsídios para os cargos eletivos impactará, pelo menos, R$ 1,9 milhão no orçamento do município a partir de 2013. O acréscimo foi concedido pelo Legislativo na sessão da semana passada.
O levantamento feito pelo jornal A Hora aponta que, entre 2009 e 2012, o custo é de R$ 4,4 milhões. Em 2013, ficará em R$ 6,4 milhões (veja no boxe). O novo valor cobrirá a manutenção das nove secretarias e dos 11 vereadores.
O principal acréscimo foi para o vice-prefeito: sairá dos atuais R$ 3,49 mil para R$ 8,5 mil – 144% a mais. Em seguida aparecem os vereadores. Eles ganharão R$ 4.008, custo 71,5% maior que o atual.
A diferença está no número de legisladores. A próxima câmara será composta por 11 vereadores, ante nove da legislatura atual. O custo mensal crescerá de R$ 18,6 mil para R$ 48 mil.
O aumento é responsabilidade do Legislativo. O vice-presidente da Mesa Diretora, Micael Quadros (DEM), reconhece que a população é contra, mas diz estar tranquilo com a repercussão negativa. “Fomos a única câmara da região que teve coragem de enfrentar a opinião pública.”
Quadros argumenta que a variação concedida ao vice-prefeito é justa. Conforme ele, o subsídio atual é muito inferior ao do prefeito – cerca de 20%. Justifica que a responsabilidade do vice, Ariberto Magedanz, é quase igual a do prefeito.
Magedanz faz coro. “Sempre defendi que o vice-prefeito ganhasse, pelo menos, 30% do que ganha o prefeito, mas não tivemos êxito quando do último pedido.” Afirma que o aumento poderia ser concedido gradativamente.
“Poderíamos ter aumentado mais”
Sobre o aumento dos colegas, o vice-presidente do Legislativo argumenta que é uma valorização. Quadros salienta que os vereadores correm alguns riscos, e o acréscimo é uma forma de diminuí-los.
Informa que alguns dos eleitos têm empregos. Para participar das sessões, saem mais cedo do trabalho, o que pode incorrer em demissão. “Poderíamos ter aumentado mais, pois a Constituição permite ganharmos até R$ 6 mil.”
População é contra
A previsão de Quadros e de Magedanz se confirmou. Os teutonienses se manifestaram contra o reajuste. “Estão brincando com o povo”, esbraveja o aposentado Rudi Volkmann, 53.
Pediu a construção de um posto de saúde no bairro Teutônia – hoje, a comunidade tem um. O pedreiro João Albino Klein, 51, concorda. Considera “ridículo” o aumento.
Os moradores do bairro Alesgut ecoam o manifesto contrário. O aposentado Luca Schmitt, 68, cobra do Executivo a construção de uma creche no bairro. Informa que a promessa teria sido feita pelo prefeito há dois anos.
Para agricultora Sueli Jantsch, 48, de Linha Catarina, a população é quem deveria sugerir o índice.
Investimentos com R$ 1,9 milhão
– Creches: Construir três prédios, com capacidade para 120 crianças cada. Com o financiamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), cada unidade custa R$ 650 mil em média. No município, das 12 creches, só uma é pública;
– Casas populares: Construção de 42 casas populares, de R$ 45 mil cada, nas especificações do programa Minha Casa, Minha Vida. No bairro Canabarro, a Caixa Econômica Federal (CEF) investirá cerca de R$ 5,2 milhões na construção de 128 unidades habitacionais;