A angústia de 1.010 trabalhadores da Calçadas Majolo acaba na próxima semana. O administrador judicial da empresa, Evandro Weisheimer, anunciou o pagamento das dívidas trabalhistas dois anos depois da falência, ocorrida em setembro de 2009.
A informação foi dada à comissão dos ex-funcionários e ao Executivo ontem à tarde, no Fórum do município. Segundo a secretária de Indústria e Comércio, Jaqueline Kuhn, o dinheiro foi arrecadado com as vendas do prédio da filial em Travesseiro e do maquinário.
A dívida com os trabalhadores é de quase R$ 7 milhões. Eles receberão o valor equivalente a outubro de 2009 até hoje. O montante será corrigido de acordo com o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M).
Os ex-funcionários se surpreenderam com a notícia. Elisane Sandra Bruxel, 35, integrante da comissão forma da depois da falência, acreditava que o anúncio poderia demorar mais alguns meses. “Nestes dois anos tivemos diversas reuniões, mas nunca nos davam uma data para o pagamento.”
Quando houve a convocação para participar do encontro de ontem, Elisane conta que esperava que o prazo seria prorrogado mais uma vez. Nas negociações, os funcionários sinalizavam com o pagamento em parcelas, mas a empresa conseguiu honrar a dívida em sua totalidade.
O dinheiro será depositado nas contas dos funcionários entre os dias 12 e 16, em ordem alfabética (veja o cronograma no boxe).
Agora a empresa tem que pagar os demais credores. A estimativa é de que ocorra no primeiro semestre de 2012, com a venda do prédio de Arroio do Meio, alguns materiais de escritório e produtos estocados.
Reforço na segurança
Jaqueline acrescenta que a Brigada Militar aumentará a segurança próximo do Banrisul. O receio é de que a divulgação do pagamento e a circulação de uma grande quantidade de dinheiro chame a atenção de bandidos.
A secretária orienta os beneficiados a retirarem o dinheiro em pequenas quantidades, de acordo com a necessidade. Uma parceria com o Banrisul permitiu a abertura de uma conta-corrente com isenção de tarifas.