Está marcado para as 19h de amanhã, na câmara de vereadores, o primeiro encontro de lideranças dos vales do Taquari e Rio Pardo para discutir a construção da ferrovia Norte-Sul.
Conforme o projeto do governo federal, o traçado passará por Lajeado e Santa Cruz do Sul, interligando a região com os dois extremos do país por meio de transporte ferroviário.
Devem comparecer à audiência pública representantes da Secretaria de Infraestrutura e Logística, do Conselho de Desenvolvimento Econômico, das universidades da região, da Federação das Associações dos Municípios (Famurs), e do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul). Líderes regionais e comunidade estão convidados.
A ferrovia está concluída no trecho entre Belém, no Pará e a cidade paulista de Panorama. O projeto de extensão proposto pelo Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul) foi aprovado pela Câmara dos Deputados.
Serão construídos outros 1,6 mil quilômetros de trilhos entre os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O destino é o Porto de Rio Grande.
Líderes estimam que a ferrovia poupará 318 quilômetros rodaviários até o Porto de Rio Grande. Além disso, 368 mil caminhões podem ser tirados de circulação. Conforme estudos do Codesul, o transporte ferroviário é, em média, dez vezes mais barato que o sistema rodoviário, cujo custo logístico gira em torno de 17% do preço das mercadorias.
Conforme estudos preliminares, a concessão da ferrovia Norte-Sul no estado deverá ser da Ferrovia da Integração do Sul S.A. (Ferrosul).
Problemas nas linhas atuais
Durante o encontro será discutida a situação atual das linhas férreas que passam pela região. Concedida à empresa América Latina Logística (ALL), alguns trechos precisam de reformas e investimentos. O mais grave se encontra em Colinas, onde quase cem metros de trilho foram danificados após a enchente de agosto.
Outro problema verificado é a falta de segurança. Inexistem cancelas nos principais entroncamentos urbanos. A sinalização em muitos trechos é precária e é comum avistar famílias e crianças cruzando os trilhos em trechos perigosos
Expectativa de crescimento
Diversos foram os argumentos apresentados pelo Codesul para que os três estados sulistas fossem incluídos no trajeto. Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento de Santa Cruz do Sul, antes de ser exportada, 72 % da produção de grãos do estado passa pelos vales do Taquari e Rio Pardo.
Conforme o Banco de Dados Regional (BDR) da Univates, a exportação gerou mais de R$ 412 milhões para o Vale do Taquari em 2010. Hoje, há 86 empresas exportadoras. Vinte são de pedras preciosas, 16 de couro e calçado, 14 do setor alimentício e oito de máquinas e implementos. Há fábricas de móveis, agroindústrias, perfumaria, madeira, vestuário e outras.
Mais de 35 mil contêineres partem todos os anos com diversos produtos, entre eles tabaco, carne, insumos e celulose. A ferrovia deverá trazer mais agilidade no transporte dos insumos necessários para a produção.
Hoje, a maioria das grandes unidades de produção de ração compra milho e soja do Mato Grosso do Sul, onde os produtos custam em média, a metade do preço.