Problemas seguem nos Cemitérios

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Problemas seguem nos Cemitérios

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Na véspera do Dia dos Finados voltam à tona velhos proble­mas envolvendo os cemité­rios. A péssima condição de alguns e a falta de espaço para novas sepulturas são as maiores queixas e situações apontadas por familiares e administradores dos locais.

No cemitério católico do bairro Flo­restal, em Lajeado, inexistem vagas. São mais de quatro mil sepulturas. Se­gundo o responsável pelo local, Valde­mar Baldasso, muitas famílias optam por dividir os túmulos, enterrando mais de um corpo no mesmo lugar.

Outro problema apontado por Bal­dasso é a falta de pagamento das taxas anuais cobradas pela administração do cemitério. A inadimplência chega a 30% do total, e mais de cem corpos já foram exumados. As ossadas são iden­tificadas por números, colocadas em sacolas e depositadas em um ossário comum. Com isso, novas vagas surgem de forma esporádica.a

O cemitério municipal do bairro Florestal também está saturado. São 1.821 mil corpos enterrados. Em Laje­ado, a outra opção é utilizar o espaço localizado entre os bairros Jardim do Cedro e Conservas, onde 75 gavetas se­rão construídas este ano. No entanto, o local está em péssimas condições de preservação.

Estrela investe em gavetas

Com mais de cem anos, o ce­mitério municipal da linha Novo Paraíso, em Estrela, recebeu 120 gavetas neste ano. Dessas, 90 já foram ocupadas de forma gra­tuita. Para 2012, está prevista a construção de outros dois blocos com 60 espaços cada.

Conforme a secretária de Saú­de, Adriane Mallmann, a falta de espaço físico fez com que a admi­nistração municipal optasse pela construção das gavetas. Um terre­no ao lado poderá ser usado para aumentar a área do cemitério. “A procura é grande, por isso esta­mos trabalhando para atender a demanda.”

Cemitério em Tamanduá segue destruído

Atingido pela enxurrada dos rios Forqueta e Fão em janeiro de 2010, o cemité­rio católico de Tamanduá, em Marques de Souza, teve quase 80% das sepulturas destruídas. No local ainda há vestígios da catástrofe, como túmulos semiabertos e entulhos amontoados em terrenos vizinhos.

A comunidade aguarda alguma atitude para poder sepultar os mortos. Um dos fundadores do cemitério, Romaldo Henicka comen­ta que a situação do local está precária. Segundo ele, a diretoria deveria reformar o local. Ele diz que alguns terrenos próximos do local foram oferecidos para a diretoria. “Mas eles não se interessaram.” Os corpos de seus pais e irmãos estão en­terrados no local. A enxur­rada destruiu as sepulturas. Onde estavam enterrados os irmãos existe apenas uma cruz indicando o local. “Não restou nada, nem túmulo, nem ossos, nada. É triste vir aqui e ver o cemitério desta forma.”

Moradora de Lajeado e natural de Tamanduá, Teresinha Noé lamenta o estado em que se encon­tra o cemitério. “Preciso cuidar por onde ando para não me machu­car no meio dos escom­bros.” Ela diz que enter­rou o corpo de sua irmã dez meses atrás, mesmo com a precariedade do local. “Desde a enchen­te a diretoria só retirou a sujeira, os escombros permanecem dentro do cemitério.”

Segundo o secretário da Administração, Alécio Weizenmann, a diretoria do cemitério busca uma licença ambiental para a construção de um novo cemitério. O coordena­dor do Meio Ambiente do município, Marcelo Krüger encaminhou o processo de licença para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fe­pam), que deverá ser aprovado até o fim do ano.

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