Irregularidades apontadas pelo Ministério Público e Vigilância Sanitária motivaram o fechamento do Lar de Idosos São José. A falta de uma técnica em Enfermagem foi o estopim, mas outras normas estabelecidas não foram atendidas.
O proprietário do abrigo, Ângelo Strassburger discorda do fechamento e diz que investirá recursos para continuar operando. Strassburger trabalha no ramo há 14 anos e não pretende parar. “Tenho enfermeiras que querem ajudar.”
De acordo com a promotora da Vara da Família, Veloci Pivatto, foram apontadas falta de cuidados com a higiene, armazenagem de alimentos, medicamentos e o descumprimento de leis trabalhistas. Conforme a promotora, os gestores da casa não apresentaram mudanças durante o período estabelecido para adequação às normas sanitárias e de convívio. “Tiveram tempo suficiente para se adequar, inclusive com orientações do Ministério Público, mas não mostraram interesse. Nós temos que zelar pela dignidade dessas pessoas.”
Os responsáveis legais deverão realocar os 20 idosos até dia 31 deste mês, quando a casa localizada no antigo hospital do bairro Conventos encerra as atividades após 11 anos. “Vigora no Brasil a ideia de que ‘não vai dar nada’ e é preciso saber que lidam com vidas e devem ter responsabilidades”, diz a promotora.
Veloci afirma que no Lar de Idosos Tabita, depois de encontradas irregularidades, o MP interveio. Hoje, a administração do asilo demonstra evolução, atingindo metas, para que no fim do prazo estabelecido pela promotoria, chegue ao nível razoável de atendimento.
Maioria vai para Clínica Jô Barth
A Clínica Geriátrica Jô Barth, de Cruzeiro do Sul, iniciou a construção de uma sala de 130 metros quadrados, com capacidade para abrigar 23 idosos. A obra deverá estar pronta em 40 dias. O valor pago para cada interno será de dois salários mínimos, sendo R$ 1.090. Conforme a proprietária Luciana da Silva, 15 pessoas devem ser transferidas para a clínica na próxima semana. “Foi tudo muito rápido, mas vamos dar tratamento igual para todos.”
O prédio tem amplo terreno com gramado e bancos à sombra. A proprietária afirma que a Vigilância Sanitária faz vistorias na casa com frequência e que os residentes terão um período de adaptação até terminar a obra. A clínica, que tem convênios com as prefeituras de Canudos do Vale, Estrela e Mato Leitão, contratará mais três funcionários devido ao aumento da demanda.
O residente Júlio da Silva, 66, mora há 12 anos na clínica. Passou por período difícil quando enfrentou o alcoolismo e foi interno do Centro de Reabilitação Central. Lá sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Minha irmã me salvou a vida quando me colocou aqui.”