Previsto para ser construído no bairro Santo Antônio, atendendo anseio dos catadores de lixo da cidade, a construção do galpão de triagem de lixo enfrenta dificuldades para sair do papel. A administração municipal licitou a obra, mas nenhuma empresa se interessou em participar.
O pavilhão ficará na rua Eugênia Christ, e o projeto foi aprovado pelo Legislativo na semana passada. Serão investidos R$ 309 mil de recursos federais e R$ 81 mil do município. A verba será utilizada para construção de um pavilhão com 600 metros quadrados, equipado com prensa, empilhadeira e refeitório.
Segundo a secretária de Meio Ambiente, Simone Schneider, as empresas retiraram suas propostas. “Elas acharam complicado construir e equipar o pavilhão.” Para resolver a situação, o Executivo lançará duas licitações. Uma será para construção da estrutura, e outra para equipar o ambiente.
Simome acredita que o espaço será suficiente para atender os catadores que trabalham em Lajeado. Deverá ser formada uma cooperativa, possibilitando a venda direta dos produtos, sem interferência de receptores. Com isto, materiais vendidos por R$ 0,15 no comércio informal poderá ser negociado a R$ 0,80 como cooperativa, pois a venda é feita direta às empresas.
Catadores precisam se inscrever
Até o momento, cem profissionais informais já se inscreveram para o trabalho junto ao Executivo. No entanto, muitos sequer sabem do projeto. Trabalhando há mais de 25 anos como catador de lixo, Adão Dorneles, 55, realiza a triagem do material recolhido em um terreno às margens da ERS-130. O perigo é constante. Mais de dez famílias vivem em casebres construídos em meio ao lixo. É constante o movimento de crianças na rodovia.
Dorneles lamenta a situação, espera melhorar de vida com a construção do galpão e a possibilidade de trabalhar em uma cooperativa. “Sem equipamentos nossos produtos não valem muito. Quem lucra são os outros.”