Cervejas ficam até 25% mais caras neste mês

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Cervejas ficam até 25% mais caras neste mês

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Desde o início do mês, supermercados, res­taurantes e bares sofrem com a redu­ção dos estoques de cerveja e a dificuldade de reposição dos produtos. A falta compromete­rá o planejamento de empresas e clientes para o fim de ano. A principal preocupação do setor é não atingir os lucros espera­dos para compensar a queda dos meses mais frios.

Os preços das garrafas de 600 ml subiram entre 8% e 10%, cerca de R$ 0,20. O “litrão” foi o que mais aumentou, entre 15% e 25%. Uma das marcas mais vendidas custava R$ 2,99 e passou para R$ 3,75. Mesmo assim, em relação à quantidade do produto, ele continua mais barato que as garrafas tradicio­nais e os “latões”. Na maioria dos bares e danceterias, o valor das garrafas subiu R$ 0,50. O preço das latas cresceu em tor­no de 6%.a

Segundo o gerente de um su­permercado de Lajeado, Elton Fischer, fato semelhante ocor­reu em 2010. A Ambev, respon­sável por cerca de 80% desses produtos, alegou que ampliaria suas instalações. “Neste ano, a fábrica está pronta e a escassez chegou mais cedo.”

O gerente de um bar no centro de Lajeado, Maurício Piovesa­ni da Silva, conta que há cerca de dez dias o custo das caixas de cerveja comum e premium aumentou R$ 7 e R$ 5, respec­tivamente. O acréscimo foi re­passado para o consumidor, que agora paga R$ 4,50 e R$ 5,5 pela garrafa de 600 ml.

Silva teme outro aumento em dezembro que deixaria os pro­dutos R$ 0,50 mais caros. “Ven­díamos em torno de 50 caixas de cerveja por fim de semana”, diz. “No último, não passou de 37.” Para reverter o prejuízo, aposta em promoções de lan­ches e em reduzir a margem de lucro de uma marca de cerveja, por vezes trabalhando com pre­juízo, para atrair público.

Segundo ele, no início da se­mana, a distribuidora de bebi­das não contava com quatro das marcas mais consumidas, a maioria da categoria premium. Muitos de seus clientes têm op­tado pelas marcas mais bara­tas, o que aumenta o prejuízo.

Lucro reduzido

O autônomo Dinarte Jungles informa que com o aumento do preço deixou de comprar um la­tão de cerveja em suas compras diárias. Agora são duas unida­des do latão, que passou de R$ 1,50 para R$ 1,75 há cerca de uma semana. “Com o 13º salá­rio, penso em estocar o produto para evitar outro aumento per­to das festas de fim de ano.”

O proprietário de uma casa de shows em Lajeado, Evair Giova­nella, acredita que até fevereiro os preços das cervejas aumentarão mais duas vezes. As garrafas de 600 ml das marcas premium que hoje são vendidas a R$ 5 tendem a cus­tar R$ 5,5 em dezembro. As demais aumentarão de R$ 4,5 para R$ 5.

No ano passado, ambas custa­vam cerca de R$ 0,70 menos. “O excesso de tributação faz com que os preços sigam subindo”, diz. “Como compramos em grande quantidade conseguimos preços melhores e não repassamos tudo ao consumidor.” Segundo ele, em outros locais a lata do produto custa entre R$ 3,5 a R$ 4, um au­mento de mais de R$ 1 em cerca de um ano. O lucro do empreen­dimento fica aquém do esperado para esta época do ano.

Excessos de tributação

Dados da Associação Gaúcha de Supermerca­dos (Agas) mostram que as vendas de cerveja no esta­do aumentaram 30% em 2011. Segundo o presidente da entidade, Antonio Cesar Longo, o aquecimento da economia e a preparação para uma ampliação de produção contribuem para a diminuição do estoque de segurança da companhia.

Segundo ele, o problema chegou com menos força às prateleiras dos super­mercados. Assegura que a situação deve se normalizar dentro de poucas semanas e não faltará cerveja em no­vembro e dezembro.

O Sindicato dos Fabrican­tes de Cervejas (Sindicerv) defende que a diminuição da carga tributária resultaria em aumento da arrecada­ção aos cofres públicos e do número de empregos oferta­do pelas indústrias do setor. A carga tributária que incide sobre as cervejas é de 56%. Ou seja, numa latinha que custa em média R$ 0,96, R$ 0,54 ficam com o governo. O país produz 10 bilhões de litros ao ano.

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