Greve dos Correios afeta pagamentos

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Greve dos Correios afeta pagamentos

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

aA paralisação da entrega de corres­pondências dos Correios atinge grande parte do setor finan­ceiro na região. Algumas empresas que usam o servi­ço para cobrança de boletos bancários deverão terceiri­zar a entrega para evitarem atrasos no pagamento de contas e contratempos com os clientes.

Segundo o secretário Exe­cutivo do Procon de Lajeado, Pedro Bezerra, as empresas que não oferecerem outras formas de pagamento, não podem cobrar juros e multas dos consumidores devido aos atrasos. “Há outras duas for­mas que são a identificação pelo contrato nas lotéricas ou pela internet.”

Alguns serviços de cartão de crédito não oferecem nú­mero de contratos ou códi­gos de barras, o que impossi­bilita o pagamento. Mas, se houver outras maneiras de pagamento, o atraso impli­cará juros e multas.

De acordo com o corretor de imóveis e advogado, Mar­co Aurélio Rozas Munhoz, a greve não livra o cliente de pagar suas contas, apesar de interferir no recebimen­to dos boletos bancários. “A cobrança deste mês foi feita até o quinto dia útil, mas nas próximas será preciso contratar entrega terceiri­zada.”

Algumas ações de despejo serão impossibilitadas devi­do ao movimento. Segundo Munhoz, o aviso de despejo é feito via Correios e será preciso um oficial de Justiça entregar o documento, o que atrasará os processos. “Os clientes devem procurar as empresas e pagar direto ao credor, sob pena de o atraso gerar multas e juros.”

Luta por melhores condições de trabalho

Apenas os serviços internos da entrega de Sedex simples continuam funcionando. No estado, 80% dos servidores aderiram à paralisação. Os servidores dos Correios de todo o Brasil entraram em greve à meia-noite desta quarta-feira, quando rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 6,87%.

Entre outras reivindicações estão a exigência por melhores condições de trabalho e novas contratações. Pela primeira vez, os 35 sindicatos dos Correios es­palhados pelo Brasil foram unâ­nimes na rejeição da proposta, que oferecia um abono de R$ 50, que seriam depositados em janei­ro de 2012.

Na região dos vales do Taquari e Rio Pardo, são 54 unidades com 700 servidores – a maioria ade­riu à greve. Conforme o diretor sindical, Décio Juarez Vascon­cellos Custódio, algumas cida­des como Cachoeirinha e Arroio do Meio decidirão ainda nesta semana se paralisarão. Em Rio Pardo, a gerência afirmou que só negociará se os servidores voltarem ao trabalho.

“Quando há dois ou três servi­dores numa unidade pequena, eles têm medo de serem transferi­dos, por isso esperam o movimen­to ganhar força”, disse Custódio. Para a carteira Juleide Machado Antunes é difícil cumprir apenas as oito horas diárias, pois há acú­mulo de trabalho.

Segundo Custódio, muitos ser­vidores estão com problemas de saúde devido ao aumento de car­ga horária. O crescimento do nú­mero de loteamentos ampliou as entregas. Muitos endereços novos ainda não recebem correspondên­cias por não prever no mapa dos Correios os números residenciais.

Em Santa Cruz do Sul, o fluxo de correspondências varia de 20 mil a 45 mil. Em Lajeado, os 21 entregadores são responsáveis pela entrega de cerca de 25 mil documentos. Eles passaram o dia em frente à unidade de entrega, na av. dos 15, no bairro Florestal. Uniformizados, fizeram um al­moço coletivo e não têm previsão para voltar ao trabalho. O líder sindical desta unidade, João Jú­nior afirma que o mesmo núme­ro de funcionários atende uma demanda cada vez mais crescen­te de correspondências.

Em Arroio do Meio, com 18 mil habitantes, são dois carteiros para entregar cerca de 3 mil ob­jetos por dia. Três funcionários ficam na unidade para os traba­lhos internos. Segundo o gerente Flávio Benvegnu, os funcionários não aderiram à greve para evitar transtornos maiores à comuni­dade, mas não descarta a possi­bilidade de paralisar. Afirma que muitos atrasos ocorrem hoje por­que existem poucos servidores e estes estão sobrecarregados.

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