Construtora busca funcionários no Paraguai

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Construtora busca funcionários no Paraguai

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Nas próximas sema­nas, um dos pro­prietários de uma construtora lajea­dense Rudi César Baratto visita Ciudad Del Leste em busca de dez pedreiros e ajudantes com experiência comprovada. Em janeiro, os selecionados farão parte da equipe encarregada do novo projeto de sua empre­sa, um prédio comercial no bairro São Cristóvão.

pEle afirma que, embora existam pessoas na região dispostas a ganhar a vida na construção civil, poucas têm o treinamento necessário. Atra­ída pelos salários, em pouco tempo a maioria é rejeitada pelo mestre de obras da empre­sa. Isto representa gastos com equipamentos sob medida, exames de admissão e demais encargos trabalhistas.

Na região, são cerca de seis mil profissionais registrados no Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon) para cerca de 650 empreendimentos do ramo. O número não abran­ge os que trabalham na infor­malidade, mas mostra o tama­nho do problema.

Para Baratto, a solução co­meçou a se delinear há cer­ca de um ano e meio. Quatro imigrantes paraguaios traba­lharam na empresa do sócio. Quando o visto de permanên­cia expirou, eles voltaram para casa.

O contato mostrou ao empre­sário que a construção civil da­quele país, movida pelo dinhei­ro de investidores externos, era eficiente e havia muitos profissionais desempregados. “Lá, eles recebem cerca de três vezes menos que aqui”, diz. “Não há tantos investimentos em crédito para que falte mão de obra.”

Ele aproveitou a oportunidade

Élvio Encimo, 20, estava de­sempregado quando conheceu um dos pedreiros que traba­lharam no município para o sócio de Baratto. Ao ouvir os relatos sobre a possibilidade de ganhos no Brasil decidiu deixar os país e os seis irmãos em Sierra Leste e vir ao Bra­sil.

Tudo o que tinha estava em sua mochila. Faltavam os do­cumentos necessários para a permanência no país. Ele de­sembarcou na zona rural de

Arvorezinha e penou em uma madeireira até obter a iden­tidade brasileira e a carteira de trabalho. Com eles, rumou a Lajeado em busca de uma oportunidade na empresa laje­adense, indicada pelo amigo.

A língua foi o primeiro en­trave, superado aos poucos com a ajuda dos colegas de trabalho. “Quero trazer meu irmão. No ano que vem, ele completa 18 anos”, diz. “Lá é bem diferente, tem mais po­breza e violência.”

O mestre de obras João Wil­le conta que o rapaz cresce­rá na profissão pela força de vontade e comprometimento para com a empresa. “Achei bonito que quando ele rece­beu o primeiro salário foi fazer uma conta no banco”, diz. “Sempre há serviço para quem tem experiência e for­ça de vontade.”

Enquanto não volta para Sierra Leste para trazer o ir­mão, o rapaz trabalha até dez horas por dia para juntar di­nheiro. No tempo livre, fica em casa assistindo à televi­são para pegar o jeito com a língua. Nos fins de semana, caminha pela cidade para ob­servar como se comportam as pessoas com quem divide a cidade.

Falta qualificação, e sobra serviço

Uma pesquisa da admi­nistração municipal iden­tificou que 63,73% das empresas, grande parte do setor da construção, projetam aumento no seu quadro de funcioná­rios. A maior dificuldade é achar profissionais trei­nados e reter a mão de obra qualificada. Dados da Secretaria de Planeja­mento mostram que, em média, mais de 220 mil metros quadrados são construídos a cada ano na cidade.

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