Escolas adotam medidas para barrar violência

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Escolas adotam medidas para barrar violência

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Para barrar o tráfico de dro­gas, o consumo de bebidas alcoólicas e as agressões no ambiente escolar, sete comu­nidades adotam medidas de seguran­ça desde maio. Ao mesmo tempo em que o Conselho de Proteção Escolar, criado com o apoio da Brigada Militar (BM) e do Ministério Público (MP), au­xiliará os alunos problemáticos com tratamento especializado, tomará medidas mais rígidas.

Na noite de ontem, a Escola Estadu­al de Ensino Fundamental Campestre, que enfrenta problemas desde 2010, anunciou aos estudantes que a partir de então nenhum aluno bêbado ou drogado frequentará mais as aulas.

karineCom o aval do MP, eles serão enca­minhados a um órgão da saúde para tratamento e só poderão retornar à escola com um documento que comprove seu encaminhamento. O Fórum organizou uma terapia em grupo com psicólogas do município e o Conselho Municipal de Entorpe­centes (Comen) conversou com al­guns estudantes.

Desde o início do ano, a escola atende alunos que antes estudavam na Nova Viena, do bairro Olarias. Ela recebe à noite estudantes de 16 bairros de Lajeado, que frequentam a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Segundo o diretor Renato Cuppi­ni, desde maio a escola começou a dialogar mais com os estudantes. Quatro foram afastados e agora a escola quer proporcionar uma me­lhor condição de aprendizado aos demais. Segundo o diretor, a maioria deles foi excluída das escolas onde estudava, outros fazia anos que não estudavam.

A comandante da 1ª Companhia do 22º Batalhão de Polícia Militar, capitã Karine Brum conta que a direção solicitou que fossem feitas revistas nos alunos, que entravam com drogas e bebidas no ambiente escolar.

Karine relata que a revista foi pla­nejada, mas cancelada, depois de uma conversa com o MP e a escola. Foi decido que seriam feitas patrulhas e fiscalizações em torno do local.

Patrulha escolar

A Brigada Militar quer trabalhar com o progra­ma Patrulha Escolar. Para atuar precisa pre­parar as escolas. Con­forme a capitã, o local deve ter estrutura para receber apoio da Brigada Militar.

Ela diz que um policial vai até a escola e faz um diagnóstico do que ela precisa consertar. Como por exemplo: muros caí­dos e cercas danificadas facilitam a entrada de invasores; e em brinque­dos quebrados as crian­ças podem se machucar.

“São apontamentos para melhorias que pre­cisam ser seguidas pela escola. Cada um faz a sua parte”, diz Karine.

O que é discutido

Os temas debatidos vão desde o transporte coletivo, atendimento de saúde, lim­peza e áreas de lazer, até a situação de alunos, atenção especial à infrequência e drogadição.

No mês passado, em um encontro no bairro Olarias, a comunidade relatou que um dos maiores problemas pró­ximo da escola era o trânsi­to. A BM, em parceria com a escola, realizou uma blitz nas proximidades com folhetos, alertando os perigos da alta velocidade.

Dias depois, o órgão em parceria com outros da se­gurança pública realizaram uma blitz para coibir a em­briaguez ao volante próximo de um salão de festas da lo­calidade.

Conselho nas comunidades

O trabalho do Conselho de Proteção Escolar surgiu depois da apresentação do problema da es­cola Campestre no Fórum Munici­pal de Enfrentamento à Drogadi­ção. O grupo de discussão decidiu que o trabalho será organizado pela BM.

No primeiro momento foram escolhidos sete bairros para rece­berem o auxílio maior na segu­rança – Campestre, Santo André, Centenário, Igrejinha, Olarias, Planalto e Universitário. Todos são afastados do centro.

Esse é o primeiro grupo forma­do na cidade para discutir ques­tões relacionadas à segurança e à qualidade de vida dos moradores dos bairros. Participam morado­res, agentes de saúde, comuni­dade escolar e representantes de órgãos de segurança pública.

Conforme a capitã da BM, esse trabalho é o piloto, “o projeto maior ainda está em estudo e deverá ser executado no próximo ano, quan­do todos os bairros serão atendi­dos.” A coordenação quer dividir Lajeado em cinco regiões.

Karine salienta que esses bairros não são os mais críticos e nem os mais calmos, isso facilita o desen­volvimento de um projeto novo. Desde maio, foram realizados dez encontros – três do grupo maior com representantes das sete co­munidades e sete reuniões, uma em cada bairro.

Segundo ela, nos primeiros en­contros a participação era maior, depois decaiu. Agora para o se­gundo semestre, a capitã pede mais apoio de outras entidades para executar o programa. Ela afir­ma que o Conselho Tutelar é um dos órgãos de grande importância no processo, que não participa.

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