Ferrovia passará na região

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Ferrovia passará na região

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A possibilidade da Ferrovia Norte-Sul passar pelos vales do Rio Pardo e Taquari movimenta líderes regionais. Se confirmar a hipótese, empresas terão a oportunidade de escoar seus produtos por meio de um transporte férreo interligado com o Porto de Rio Grande e o extremo norte do Brasil.

Na tarde de quinta-feira, o Conselho de Desenvolvimento e Interligação do Sul (Codesul) entregou ao Ministério dos Transportes sua sugestão de traçado para a ferrovia. A rota de 1,6 mil quilômetros proposta pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e mais o Mato Grosso do Sul inclui os vales do Taquari e Rio Pardo.

ferrosulSegundo o secretário estadual de Infraestrutura, Beto Albuquerque, a ferrovia passará por Erchim, Carazinho, Passo Fundo, Lajeado, Santa Cruz do Sul, região Metropolitana, Pelotas e Rio Grande.

A ferrovia é um projeto do governo federal. As obras foram concluídas entre Belém, no Pará, e a cidade paulista de Panorama. O projeto de extensão foi aprovado pela Câmara dos Deputados, e o processo licitatório para contratação de empresa está em andamento. O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio de Oliveira Passos anunciou que o edital dos estudos para definir a rota sulista foi lançado.

O deputado estadual Raul Carrion (PCdoB), coordenador da Frente Estadual de Defesa das Ferrovias, fala da importância dos vales estarem conectados com os trilhos. “Mais de 35 mil contêineres saem desta região todos os anos com diversos produtos, entre eles tabaco, carne, insumos e celulose.” Segundo Carrion, a concessão deverá ser da Ferrovia da Integração do Sul S.A. (Ferrosul).

Importância econômica da região dos vales

Dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Santa Cruz revelam que 72% da produção de grãos do estado passa pela região até ser exportada. A estimativa é de que a ferrovia poderá tirar até 368 mil caminhões de circulação das pistas e poupar 318 mil quilômetros rodados. O transporte ferroviário é, em média, dez vezes mais barato que o sistema rodoviário, cujo custo logístico gira em torno de 17% do preço das mercadorias.

Segundo informações do Banco de Dados Regional (BDR) da Univates, a exportação gerou mais de R$ 412 milhões para o Vale do Taquari em 2010. Existem hoje 86 empresas exportadoras. Destas, 20 são de pedras preciosas, 16 de couro e calçado, 14 do setor alimentício, e oito de máquinas e implementos. Existem ainda fábricas de móveis, agroindústrias, perfumaria, madeira, vestuário, e outras.

Facilidade no transporte de insumos

Conforme o secretário de Indústria e Comércio de Lajeado, Carlos Alberto Martini, a maioria das exportações da região é feita via Porto de Rio Grande, e a possibilidade de se interligar com a ferrovia estimulará a economia do Vale do Taquari. “É importante salientar que a ferrovia também proporciona ligação com outras partes do Brasil. Isto será um grande facilitador de negócios.”

Martini destaca a importância do novo sistema de transporte para as indústrias avícolas e de suínos, pois garantirá mais agilidade no transporte dos insumos necessários para a produção. Hoje, a maioria das grandes unidades de produção de ração compra milho e soja do Mato Grosso do Sul, onde os produtos, em média, custam a metade do preço.

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