Chuva preocupa moradores atingidos pela cheia

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Chuva preocupa moradores atingidos pela cheia

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O medo de deixar todos os bens para trás e se refu­giar em um local seco faz parte do cotidiano de centenas de famílias. Duas se­manas após o Rio Taquari atingir quase 27 metros, as chuvas torren­ciais voltam a inquietar.

De acordo com Alexandre Aguiar, da Metsul Meteorologia, até as 16h30min de ontem, foi registrado 110 milímetros de chuva em Lajea­do. A média mensal varia de 130 a 150. No mesmo período, as cidades de Soledade e Farroupilha registra­ram 46 e 55 milímetros. “A previ­são é que aumente hoje a chuva na Serra. Isto refletirá no nível do Rio Taquari.”

encAguiar adianta que o leito do rio terá alterações. Uma cheia seme­lhante àquela de julho está descar­tada. “Mas há sim a possibilidade de novas enchentes. Quem mora em áreas ribeirinhas ou alagáveis deve ficar alerta.” A chuva deverá cessar só amanhã. Para quinta e sexta-fei­ra, a previsão é de sol com tempera­turas altas.

De acordo com o coordenador re­gional da Defesa Civil, major Vini­cius Renner Galvani, os municípios foram contatados para averiguar a situação dos principais arroios. que as equipes alertam para pos­síveis deslizamentos de terra, em locais como margens, encostas, es­tradas e morros. “Não há previsão de enchente ou remoção de famí­lias nas próximas 24 horas.”

Angústia bate a porta

Os móveis perdidos nem fo­ram recolhidos e a possibilida­de de outra enchente leva os moradores de áreas alagáveis à apreensão. A comerciante Elza Schmidt, 49, mora há cinco anos numa casa de 40 metros quadrados na rua Décio Martins Costa, onde o Arroio do Enge­nho foi canalizado. Ela e outras cinco pessoas foram atingidas na enchente do dia 21 de julho, quando a casa ficou submersa.

Afirma que após o aterramen­to de algumas áreas próximas, a enchente passou a invadir a residência com mais frequência. Agora, qualquer chuva torrencial preocupa. Na última enchente perdeu máquinas de costura e de lavar, colchões, material de trabalho e 240 bancos estofa­dos prontos para entrega.

A proprietária da estofaria diz que perdeu quase tudo, ape­sar de ter solicitado socorro à Defesa Civil. “Salvei algumas coisas pequenas.” Elza critica a administração municipal. “Eu pago IPTU, mas nunca recebo ajuda.”

Se arrepende de ter compra­do a casa e quer vendê-la, pois só em 2010 a casa foi atingida três vezes pelas cheias. “Esta­mos abalados, nem consegui­mos mais dormir.” O lixo e a proliferação de insetos e ani­mais peçonhentos aumentam os problemas.

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