A unidade da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social / Sistema Nacional de Emprego (FGTAS/Sine), situada no município, encaminha todos os meses uma média de 180 seguros-desemprego. O número aumentou 20% em relação a 2010, o que representa um acréscimo de 36 pessoas na espera por um emprego em 2011.
Conforme o coordenador da unidade Cristian Nichel, a falta de qualificação e baixos salários oferecidos são as principais causas. Dos 60 cadastros de pessoas na espera por uma vaga no mercado, 50% não apresentam a conclusão do Ensino Médio, que é um dos requisitos básicos solicitados pelas empresas. “Destes 50%, mais da metade tem menos de 22 anos, mostrando que falta experiência para suprir as vagas oferecidas.”
As vagas mais procuradas pelo público feminino são no setor de secretariado, e no masculino, de motorista. Ambos apresentam bastante procura pelo comércio, segundo Nichel. O maior número de vagas oferecidas pelo mercado é de serviço pesado, como em fábricas de embutidos e construção civil.
Mesmo com o aumento de desempregos, a média de pessoas empregadas pela unidade se manteve a mesma de 2010, sendo 40 vagas mensais. Atendendo a todos os municípios da região alta do Vale, como Relvado, Anta Gorda, Ilópolis e Putinga, exceto Arvorezinha, Nichel diz que 30% da procura por empregos na região é oriunda de pessoas de fora, a maioria vinda da fronteira do estado. Ele explica o fato pelo aumento de indústrias e oportunidades na região.
Confira as vagas de emprego no FGTAS/SINE
Femininas:
– serviços gerais em fábrica de calçados
– doméstica
– casal para trabalhar em granja
Masculinas:
– frentista
– técnico em refrigeração
– engenheiro em Segurança do Trabalho
– serviços gerais em fábrica de calçados
– auxiliar técnico em produção de calçados
– açougueiro
Contato: (51) 3571-2847
Rua Duque de Caxias, nº 991, Centro, Encantado
Atendimento ao público: segunda à sexta-feira, das 7h às 12h.
O drama de quem vive o desemprego
Jorge Abrelino Duarte, 53, está desempregado há cinco anos. Ele mora com a mulher e duas enteadas no bairro Lago Azul, onde reside há 23 anos. Com estudo até a 5ª série, sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e problemas de saúde, fica cada vez mais difícil encontrar uma vaga de emprego ao passar dos meses.
Natural de Encantado, aos 14 anos ele teve sua primeira experiência de trabalho num restaurante no Rio de Janeiro, onde ficou por dois anos. Depois se mudou para Caxias do Sul e, com alguns cursos de pintura e soldagem, conseguiu emprego numa metalúrgica, onde trabalhou por 18 anos antes de voltar para Encantado.
Com dificuldades para pagar o aluguel, manter a alimentação e auxílio no estudo das enteadas, Duarte continua procurando por um espaço no mercado de trabalho. “Estou correndo pra cá e pra lá e não estou conseguindo nada. Está feia a situação.”
Devido a problemas de saúde e tendo passado por uma cirurgia de coração há três meses, ele tem proibições médicas de realizar trabalhos que exijam esforços físicos. O que lhe resta é procurar por um emprego mais leve, como nos setores de montagem, em que é exigido menos esforço físico.
“De 180 desempregados mensais, metade destes é resultado de acordos entre empresas e funcionários”
Segundo o secretário de Desenvolvimento do município, Roberto Antônio Turatti, o aumento do desemprego ocorre devido à falta de qualificação e experiência profissionais. Neste ano, foram gerados 300 novos empregos no município, afirma Turatti. “De 180 desempregados mensais, metade destes é resultado de acordos entre empresas e funcionários.”
Para solucionar o problema de desemprego, o município prevê ações como o convênio entre a Associação Comercial e Industrial de Encantado (Aci-e), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Univates para a realização do projeto Jovem Aprendiz, previsto para setembro deste ano.
Ele cita a pesquisa para implantação de cursos de qualificação realizada pelo Conselho de Pró-Desenvolvimento de Encantado (CEPD) com as empresas como outra medida para a verificação das necessidades do mercado de trabalho.
Na busca pela qualificação profissional serão realizados cursos de desenvolvimento rural, administração, gestão visual de lojas, técnico em vendas, palestras e seminários neste semestre. Para isto novos valores devem ser incluídos no orçamento de 2012.