“Meu maior sonho é vencer a leucemia”

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“Meu maior sonho é vencer a leucemia”

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Os primeiros sintomas da do­ença que modificou a vida de Karen Rambo, 8, de São Rafael, interior de Cruzei­ro do Sul, surgiram em maio do ano passado. Ela tinha dores constantes nas pernas e febre alta. Dez dias após uma biópsia feita no Hospital Bruno Born (HBB), em Lajeado, foi descartada a possibilidade de leucemia.

Como seu pai sofria de reumatis­mo, os médicos acreditaram que ela tinha a mesma doença e então ini­ciaram o tratamento. Houve melho­ra. Mas, em outubro, voltou a ficar debilitada.

karenA mãe, Ingrid Stürmer, 30, conta que dia 12 de novembro, após Karen passar mal, preferiram recorrer ao Hospital da Pontífica Universidade Católica (PUC), de Porto Alegre. Ela estava com infec­ção e com a imunidade muito baixa. Às 19h, daquele dia, a Leucemia Linfá­tica Aguda (LLA) foi diagnosticada.

Nos dois meses seguintes, a me­nina teve que permanecer no hos­pital. Nessa terça-feira, foram rea­lizados exames. “Os resultados não poderiam ter sido melhores”, ga­rante Ingrid. O tratamento deverá continuar por dois anos.

Segundo a assistente administrati­va do HBB de Lajeado, Francieli Daldon, neste ano a média mensal é de 122 pa­cientes que são atendidos com o mes­mo diagnóstico de Karen.

Conforme a bioquímica do Cen­tro Hemoterápico do Vale do Ta­ quari (Hemovale), Leila Dahmer, sete pacientes fazem transfusão no momento, mas há outros que pas­saram pelo processo cerca de dois meses atrás. Por enquanto, eles não necessitam do tratamento.

Leila explica que a transfusão para leucêmicos é igual a outras pessoas, mas dependendo do estágio da do­ença o paciente necessitará de mais sangue. Para quem faz quimiotera­pia a quantidade deve ser maior. Ela cita que um leucêmico adulto chega a receber oito unidades diárias de san­gue. Cada doador pode oferecer uma unidade de 450 ml a cada vez.

Karen mora com a mãe e o irmão Régis, 11. Ingrid diz nunca ter tido difi­culdade para encontrar doador para a filha. Vizinhos e amigos sempre se pre­ocuparam em ajudar. Doações são bem-vindas, seu tipo sanguíneo é B+.

Para cuidar da filha, Ingrid teve que largar o emprego de vigilante. O sus­tento da família depende de doações e campanhas de solidariedade promo­vidas pela comunidade. “Meu maior sonho é vencer a leucemia”, diz Karen. “Agradeço do fundo do coração a todos que me ajudaram”, diz. “Sem eles, não conseguiríamos.”

A menina recebe do governo do es­tado uma bolsa auxílio de um salário mínimo. Insuficiente, segundo a mãe.

Saiba mais

Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, em 2010, 498 pessoas morreram em de­corrência da doença no estado.

Em leucêmicos a medula ós­sea, local onde as células san­guíneas são formadas, produz células sanguíneas brancas anormais, assim elas podem su­perpovoar e interferir no traba­lho das células sanguíneas bran­cas normais, células vermelhas e plaquetas. Isso torna difícil para o corpo executar suas funções.

Danos à medula óssea resul­tam na falta de plaquetas no sangue, as quais são importan­tes para o processo de coagula­ção. Isso significa que pessoas com leucemia podem sangrar muito.

Fonte: instituto nacionalsobre o envelhecimento- National Institute on Aging

Campanhas motivam doações

Para manter o banco de sangue do Hemovale, Leila diz que a entidade faz frequentes campa­nhas de doação e mo­nitora pacientes para saber qual será a neces­sidade de transfusões. Ela garante que não há carência.

O tipo sanguíneo mais procurado é O+. Para pessoas com leucemia, os familiares são avisa­dos para que ajudem a procurar doadores.

Leila diz que a doa­ção é um procedimento seguro. O volume cole­tado é de aproximada­mente 450 ml (padrão internacional). O doador não estará se expondo a nenhum risco de con­taminação. A coleta de sangue, na dependência de cada doador, leva de cinco a dez minutos.

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