A preocupação com os índices de reprovação e a evasão escolar dos alunos da rede de ensino estadual são temas de um evento inédito na região. Quase dois mil professores de 32 municípios pertencentes a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) participam do I Encontro Regional de Professores da Rede Pública na Univates.
O evento começou ontem e se encerra hoje à noite. Os temas foram: Educação Contemporânea e a Formação Continuada do Profissional. Serão sete encontros temáticos com participação de 12 palestrantes a cada dia.
Segundo Marisa Bastos, coordenadora da 3ª CRE, a programação é voltada aos professores do Ensino Fundamental e Médio da região e integrará as direções das escolas com as coordenadorias, além de difundir as políticas públicas educacionais.
Ela diz que a educação é um processo de crescimento pessoal, coletivo e de aprendizagem permanente, que requer renovação pedagógica. “É preciso um currículo que atenda os desafios de hoje e do paradigma da qualidade social.”
Segundo ela, a proposta vem ao encontro das metas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), que prioriza a valorização profissional e formação continuada.
Durante a manhã de ontem, os participantes acompanharam a palestra “Educação Contemporânea”, ministrada pelas professoras Vera Miranda e Sandra Corazza. Hoje, o coordenador pedagógico Seduc, Sílvio Rocha fala sobre as políticas públicas educacionais do atual governo.
Os docentes participam de sete grupos de discussão: AsPerspectivas para o Ensino Médio: Repensando o Currículo no Contexto das Tecnologias e do Trabalho; Alfabetização e Letramento nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental; Ação Pedagogia na Construção do Paradigma da não violência; Perspectivas e Desafios no Estudo das Ciências exatas para o Século XX; Tecnologias e Educação; Diversidade Cultural e o Currículo Necessário para Atender o Mundo Atual; e Música e Educação: Expressão Cultural Importante para a Aprendizagem.
Destaque das palestras
Entre os assuntos destaque para a discussão sobre as perspectivas para o Ensino Médio. Para a professora Karen Nodari, é possível criar “protótipos” de novas turmas com diferentes currículos e duração de aulas. “Dando certo, poderá ser implantado em toda escola.”
Ela cita problemas de evasão escolar, baixas notas e reprovação de alunos como principais pontos a serem analisados. Hoje, 22% dos alunos do Ensino Médio estadual abandonam a escola antes do fim do ano letivo.
Ela sugere ainda a possibilidade de criar horários de estudos para os professores durante a jornada de trabalho. A proposta da Seduc para 2010 prevê que 30% da carga horária seja utilizada para esta qualificação. “Além disso, creio que as reuniões internas devam ser pedagógicas e não administrativas.”
Para a responsável pela palestra sobre alfabetização e letramento, a professora Ivany Souza Ávila, é preciso analisar com mais atenção o aprendizado das crianças antes de ingressarem na escola.
Segundo ela, é preciso analisar melhor o contexto cultural de todos os estudantes, pois cada um deve ser analisado de forma individual, visto que estão em diferentes classes sociais e graus de aprendizagem.