Há duas semanas, a empresa responsável pela obra de pavimentação da ERS-421, que liga Forquetinha a Sério, Sanitec Saneamento Técnico, faz a terraplenagem da pista. Após a chuva dos últimos dias, o trecho ficou coberto por lama, gerando transtornos para a comunidade.
O trajeto mais precário é do Salão Sabke até a comunidade de Santa Cecília, em Arroio Alegre. A extensão da obra é de 22 quilômetros.
As administrações municipais de Forquetinha e Sério dizem que os moradores reclamam na prefeitura. “Eles exigem que façamos algo”, diz o secretário da Administração de Forquetinha, Paulo Ströeher.
Ele ressalta que a responsabilidade é da empresa e não do município e que, nos últimos dias, máquinas da Secretaria de Obras foram solicitadas para desatolar veículos.
A moradora Jaqueline Schmitz, 27, diz que a comunidade orientou a empresa a não colocar o material sobre a pista, mas foi ignorada. Na quinta-feira, ela faltou ao trabalho por não conseguir sair de casa. O acesso está coberto por barro e o carro está sendo guardado na casa da mãe. “Não aguentamos mais essa ladainha (sic)”.
O agricultor Oscar Locatelli, 51, diz que vários veículos atolaram no trajeto e necessitaram de reboque. “Se não apresentarem uma solução, interditaremos a rua. Não queremos fazer baderna, mas estamos cansados de esperar.”
Ele conta que uma professora que está grávida abandonou o carro durante a noite após atolar e teve que ir caminhando em meio à lama para casa.
Conforme o servente de pedreiro, Luis Carlos Locatelli, 21, sua moto estragou na segunda-feira, quando ele se dirigia para o trabalho até o centro de Forquetinha. A moto ficou atolada e ele só conseguiu sair com a ajuda de moradores.
Para contornar o trajeto e chegar ao centro, ele passou pela comunidade de Chapadão, tendo que andar 25 quilômetros para chegar ao local. Antes esse trajeto era de nove quilômetros.
“Temos que esperar o tempo abrir”
O engenheiro responsável pela obra, Rui Pires reconhece a situação. Ele diz que enquanto a chuva não parar será difícil solucionar o problema. “Quanto mais tentamos consertar, pior ficará.” Para amenizar o problema e tornar a via transitável será colocado pó de brita no trajeto. O material utilizado na terraplenagem foi a argila vermelha.
Pires destaca que os moradores precisam compreender que os recursos para a pavimentação estão atrasados e que a Sanitec trabalha com recursos próprios. “Para não abandonar a obra estamos fazendo a drenagem e terraplenagem da rodovia.”
Estão trabalhando no local 15 funcionários e oito máquinas. Segundo ele, será necessário esperar o tempo abrir para resolver a situação.