Os consumidores pagam menos pela carne suína. Se há 25 dias o quilo do pernil custava, em média, R$ 10 nos supermercados, hoje o valor é de até R$ 6. O açougueiro de um supermercado, Natalício Mallmann, acredita que o preço pode diminuir mais 7% nos próximos dias.
A queda no preço aumentou a procura pelo produto. Em um supermercado de Lajeado, o estoque foi vendido no fim de semana, e os consumidores só encontraram derivados da carne suína – como salsichão e bacon.
A família de Imaiara Cabral compra carne bovina e frango durante a semana, deixando o porco para os fins de semana. Ela salienta que pode comprar mais carne suína, se o preço permanecer em queda.
Nem todos os empresários sentiram a mudança no comportamento do consumidor. O proprietário de um minimercado, Alfredo Baum diz que a venda da carne suína foi a mesma que a do mês anterior.
A queda é resultado das restrições do governo russo às exportações de carnes produzidas no estado. Para evitar prejuízos, os produtores investiram no mercado interno.
Motivos da queda do preço
No início do mês, a Rússia proibiu os produtores brasileiros de exportarem carne suína. Eles desconfiam da qualidade da inspeção sanitárias brasileira;
Oitenta e nove unidades de produção foram afetadas pela decisão no país. No estado, 27 empresas foram prejudicadas, sendo seis delas com sede no Vale;
Os empresários brasileiros acreditam que haja motivos comerciais por trás da decisão russa. Eles dizem que as empresas gaúchas são destaques na categoria de abate.
A decisão atingiu os frigoríficos gaúchos, que destinam 71% das 188 mil toneladas produzidas ao país europeu.
O Brasil é o maior vendedor de carne para a Rússia que, por sua vez, é o maior importador de carne do Brasil. Essa receita gerada anualmente fica próxima de US$ 2 bilhões. Antes da proibição, 236 empresas brasileiras exportavam para o mercado russo.