Na próxima semana, o governo federal anunciará um novo programa de telefones fixos para famílias cadastradas no Bolsa Família, aposentados rurais e deficientes. Eles pagarão R$ 9,5 por mês pela taxa básica do serviço e terão franquia de 90 minutos.
O início será imediato e deverá atender 12,6 milhões de casas em todo o país. Destes, 5.531 são do Vale. O governo federal pretende aumentar o número de pessoas com telefone fixo.
Hoje, a assinatura básica custa R$ 46. O valor de R$ 9,5 prevê isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Caso os estados não queiram abrir mão desse imposto, o preço final passará de R$ 9,5 para R$ 13,3.
A medida está em estudo desde 2010, foi aprovada pela Anatel, passou por consulta pública, foi avaliada pelo Ministério das Comunicações e será formalizada por meio de decreto da presidente Dilma Rousseff.
Caso haja prejuízos para as concessionárias, o governo federal pretende compensar. A cada dois anos haverá um acerto de contas, que poderá ser reduzidopara 18 meses, se houver necessidade.
Os prejuízos deverão ser cobertos por 2% da receita líquida das concessionárias e outra possibilidade é o uso do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust).
Julia Graciela de Almeida, 23 anos, que mora com o marido Ederson de Freitas, 23 anos, no bairro Navegantes, em Arroio do Meio, é beneficiária do Programa Bolsa Família há cinco meses. O casal tem dois filhos, um de 6 e o outro de 1 ano, e recebe mensalmente R$ 134 do governo federal.
Julia diz que o novo benefício do programa é uma oportunidade para diminuir os gastos com telefonia. Por mês usa cerca de R$ 12 do dinheiro do programa para inserir créditos no celular pré-pago. Julia está desempregada, e o marido trabalha como gari em uma empresa de Santa Cruz do Sul.
Internet
Segundo um levantamento de abril, 49% dos domicílios brasileiros sequer tinha telefone fixo. No mesmo projeto, há uma proposta de oferecer internet banda larga a R$ 35 mensais.
Dados da Anatel revelam que 65 mil das 89 mil escolas públicas e 8,5 mil dos 14 mil postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) não contam com orelhão.