A ação coordenada pela Associação de Prestação de Serviços e Assistência Técnica de Sampaio (Apsat) mobilizou escolas e parte da comunidade do Vale do Sampaio no recolhimento de lixo dos arroios locais e arredores.
Desde o início da semana, mais de 200 pessoas percorreram dez quilômetros do leito dos arroios Sampaio e Sampainho. A equipe coletou cerca de 2,5 toneladas de lixo.
A ação terminou, nesta sexta-feira, com palestras relacionadas à preservação ambiental, na Sociedade Esportiva Sampaio (Soesa), e com o plantio de árvores no leito dos arroios. Participaram das atividades 250 alunos de escolas de Mato Leitão, Santa Clara do Sul e Cruzeiro do Sul.
Uma nova mobilização está garantida para 2012. Conforme o presidente da Apsat, Aloísio Heisler, a ação não deve ser vista como uma obrigação anual da associação em recolher o lixo. “Todos os dias devemos ter este compromisso.”
Ele destacou a importância de conscientizar a sociedade na preservação do ambiente. “Infelizmente, muitas pessoas deixam de cumprir seu dever. Aqueles que realmente deveriam participar se omitem.”
O biólogo da administração municipal de Santa Clara do Sul, Luiz Stefens, destaca a mobilização dos moradores, que na sua visão, deveriam servir de inspiração para ações semelhantes em toda região. “Estamos confinados em um planeta e tudo que fazemos agora se refletirá no futuro.”
Stefens falou que o envolvimento das escolas é importante para educar os alunos. “Precisamos in tensificar a educação ambiental para formar cidadãos mais conscientes.”
A extensionista da Emater, Sandra Gerhardt, ressaltou a importância de desenvolver o senso de preservação desde cedo. A educação deve partir de casa com a separação do lixo, reaproveitando materiais orgânicos e classificando os descartáveis.
O professor Eloi Luft destacou que a quantidade de lixo coletada não é importante, mas sim a conscientização e a mensagem que será passada à comunidade. “É importante o cuidado permanente.”
O material coletado será recolhido pela Administração Municipal de Santa Clara do Sul e encaminhado para a Usina de Minas do Leão.
“O arroio é nosso maior patrimônio”
O voluntário Daniel Heisler, 28 anos, se surpreendeu com a variedade de lixo encontrado. Considerando ser proveniente da enchente de abril ele destacou que foram encontrados até freezers e fogões.
Ele se lembra das épocas de guri, quando costumava tomar banho no local. Hoje, lamenta que as crianças não tenham esta oportunidade.
Heisler cobra mais empenho da comunidade em preservar o arroio, sendo que este é um dos afluentes mais limpos da região. “Se não cuidarmos agora, perderemos o nosso maior patrimônio.”
Saiba mais
A Apsat foi fundada em 1º de setembro de 1988 com o propósito de preservar o Arroio Sampaio, pois nele eram depositados dejetos animais. Desde então, cinco coletas comunitárias foram realizadas. Em 2010, foram retiradas dos leitos do arroio cinco toneladas de lixo.