A aposta em diversificar a economia fez com que o município se tornasse referência em desenvolvimento no Vale do Taquari. Nesta sexta-feira, Estrela completa 135 anos de emancipação.
O município é o segundo com maior previsão de crescimento orçamentário neste ano. O aumento deve ser de R$ 6 milhões. Em 2010, o orçamento era de R$ 44 milhões e em 2011 passará para R$ 50 milhões.
Em 2004, Estrela teve uma queda de R$ 2,2 milhões do orçamento previsto para o arrecadado, mas há quatro anos supera sua receita e cresce pelo menos R$ 4 milhões por ano na economia.
A justificativa da administração municipal para essa expansão nos negócios é a criação de incentivos para receber novas empresas com credibilidade no mercado e a educação fiscal.
Hoje, o governo municipal não investe em apenas um determinado setor. Os recursos são divididos. Isso garante a independência e os retornos. Conforme a secretária da Fazenda, Elaine Strehl, a diversificação movimenta recursos, contribui para aumentar o lucro às várias cadeias produtivas e contribui para o planejamento financeiro do município, equilibrando as finanças.
As 226 indústrias instaladas representam 32% no retorno do município; os 704 comércios, 31%; os dois mil agricultores, 27%; e os 171 prestadores de serviços, 10%.
A construção civil teve um aumento nos últimos anos. Em média, são aprovados 60 mil metros quadrados de obras por ano, representando 350 plantas. Isto gera um Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) de R$ 3 milhões, representando 6% no orçamento de 2011.
No fim do mês de abril, a Fundação de Economia e Estatística (FEE) apresentou o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico para Rio Grande do Sul (Idese), dos seus municípios e Coredes. Estrela ficou em primeiro lugar na região ocupando a 26ª posição no estado.
O Idese mensura e acompanha o nível de desenvolvimento das cidades em quatro polos: educação; renda; saneamento e domicílios; e saúde.
Em educação, o município está na 73ª posição; em renda ocupa a 99ª; saneamento e domicílios estão na 57ª; em saúde passou da 229ª para a 144ª.
Empresa em crescimento
A empresa Promilk Agropecuária e Laticínios se instalou em Estrela de forma estratégica, considerando que a localidade se insere na bacia leiteira. Ela trabalha com pelo menos quatro mil produtores de leite. A matéria-prima é utilizada para produzir leite UHT longa vida integral e desnatado, leite condensado, creme de leite, queijo mussarela e queijo prato lanche, leite em pó e composto lácteo.
No setor agropecuário, o Grupo Promilk desenvolve trabalhos com recria de novilhas holandesas e Jersey, e venda de animais, por meio da Granja Promilk. Localizado na Rota do Sol (RST 453, km 42,5), a empresa tem 86 funcionários e alcançou um faturamento de R$ 120 milhões em 2010.
Conforme a secretária da Fazenda, a empresa projeta ampliações para este ano. Eles pretendem abrir uma queijaria. A empresa gera 1,5% o valor adicionado do município.
A indústria divide espaços
Conforme dados da Secretaria Municipal de Planejamento, Indústria e Comércio (Seplan), o setor da indústria representa 33% do orçamento da cidade. O ramo da transformação é o que mais contribui para esse percentual.
Em 2011, por exemplo, a estimativa da Secretaria da Fazenda de Estrela é arrecadar cerca de R$ 3 milhões em ICMS, com o setor. O município desenvolve diversas ações para atrair novas empresas e fortalecer as atuais organizações estabelecidas.
Leis fiscais, com investimentos em infraestruturas viária, tecnológica e energia elétrica, áreas de terras e serviços de terraplenagem, atraem as empresas para a cidade. As empresas Plastrela e Brasilata buscam ampliações para este ano.
O avanço da agricultura
As cadeias de leite, suínos e aves ocupam a primeira posição no setor primário do município e estão em crescimento. São mais de dois mil agricultores na cidade.
Neste ano, o destaque será na área dos suínos, com a instalação da empresa Laticínios do Vale, parceira da Cooperativa de Suinocultores de Encantado (Cosuel). Em uma área de 30 hectares cedida pelo município, a empresa constrói uma Unidade Produtora de Leitões (UPL).
A previsão de término da obra é outubro de 2012 e até lá será investido mais de R$ 20 milhões. Serão erguidos 20 galpões que abrigarão 4,4 mil matrizes de suínos. Estas gerarão cerca de dois mil leitões por semana. A empresa está construindo também 14 casas para moradia das 30 famílias que serão empregadas.
Segundo um dos sócios do empreendimento, Luiz Henrique Kaplan, mesmo com as obras em andamento, em 90 dias começam as atividades nos galpões concluídos. Ele cita que a Cosuel será a integradora da UPL e que os leitões serão transferidos aos associados que têm creches e fazem engorda.
O secretário da Agricultura, Paulo Scheren, destaca que a empresa auxiliará no crescimento do distrito tornando o local um polo no futuro. “Com novas moradias, será preciso prestadores de serviços e comércio nas proximidades.”
Scheren anuncia que até o fim do mês se iniciam as obras de asfaltamento da rua João Pedro Schmidt, que dá acesso à área da laticínios. Isto facilitará a migração das pessoas para a localidade.
O produtor de leite, Paulo Sulzbach, também escolheu Estrela para ampliar seus negócios. Ele sempre morou na cidade, mas quando iniciou o trabalho pode optar em qual município gostaria de abrir sua empresa. Sua propriedade fica na divisa com Fazenda Vilanova, Estrela e Bom Retiro do Sul.
Sulzbach relata que recebeu incentivos municipais em terraplenagem e máquinas. Ele produz 2,4 litros de leite por dia, exclusivos para a empresa Languiru. Ele investiu no crescimento e adaptação da empresa e é considerado referência em seu trabalho.
O produtor quer ampliar sua propriedade, que hoje tem 190 vacas. Com apoio da esposa e dos três filhos ele também tem um aviário com capacidade para 14 mil frangos.