Nove apenados dos regimes semiaberto e fechado do Presídio Estadual de Lajeado receberam a oportunidade de mudar. Durante duas semanas eles aprenderam técnicas de pedreiros e na sexta-feira estarão formados para trabalharem na construção civil.
O curso foi ministrado pelo instrutor Sandro Roberto Levandoscki do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Os presos aprenderam sobre colagem em alvenaria, concreto, argamassa, alvenaria, reboco, alinhamento, prumo, nivelamento, esquadro e colocação de azulejos.
As aulas iniciaram na segunda-feira da semana passada. São oito horas por dia de atividades, de segunda a sexta-feira. Elas foram realizadas na sala multiuso, construída recentemente com recursos do Conselho da Comunidade Carcerária. Os presos do regime fechado obtiveram autorização judicial para participarem do curso.
Os motivos da aprovação da Justiça foram o bom comportamento e o laudo de transferência para o semiaberto, que alguns já têm agendado.
Eles reformaram o banheiro do pátio, colocando azulejo; pintaram o presídio por dentro e fora; rebocaram parte da parede externa da sala multiuso e fizeram um contrapiso.
Os novos pedreiros estão satisfeitos com o curso. Juliano Veronese, 32 anos, de Garibaldi, nunca tinha trabalhado na construção civil. As ferramentas, conversões de medidas e manejo eram um problema para ele. Nestas duas semanas Veronese teve noções básicas do trabalho, o qual pretende seguir quando estiver fora da cadeia.
Tário Lagemann, 34 anos, de Teutônia, trabalhou como servente de pedreiro anos atrás. O curso serviu para ampliar seus conhecimentos na área, na qual pretende trabalhar quando estiver em liberdade.
Veronese e Lagemann consideram o ramo da construção civil a área de mais oportunidades para ressocializar o preso. “Aqui aprendemos técnicas de verdade. Como faltam profissionais, na rua muitos aprendem apenas vendo outros trabalharem”, constata um dos presos.
O Senai inaugurou neste curso a unidade móvel de ferramentas, com máquinas como betoneira, furadeira, entre outros. Neste curso os alunos também tiveram aulas de empreendedorismo para abrirem seus próprios negócios.
Interessados em contratar os novos pedreiros podem encaminhar a proposta de emprego para a administração do presídio.