Os impasses financeiros entre o governo do estado e o Hospital Bruno Born (HBB) seguem há seis meses. A dívida estadual com a casa de saúde é de R$ 2,1 milhões e não há previsão de pagamento. A administração do HBB abriu um processo administrativo e na próxima semana deverá procurar o Ministério Público (MP).
Em novembro foi firmado um novo contrato para o Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital ampliaria o número de atendimentos para suprir a demanda e o estado custearia este aumento. Com a troca de governo, este não cumpriu as mudanças, repassando os valores do teto antigo.
Conforme o diretor administrativo do HBB, Élcio Darci Callegaro, para manter os atendimentos e pagar parte das dívidas com os fornecedores foi pedido um empréstimo bancário. “Estamos pagando juros por uma conta do estado. Não sei se teremos essa reposição no futuro.”
Em fevereiro e março foram feitas reuniões em que o estado se comprometeu em pagar a dívida, mas conforme Callegaro, hoje sequer e-mails são respondidos.
Callegaro cita o exemplo de março. A cota antiga de atendimento era de 190 consultas de alta complexidade. Na nova cota o número aumenta para 230. E neste mês, devido à demanda foram atendidas 387 pessoas. “Recebemos parcelado apenas as 190. As demais 197 ficaram em dívida.”
A partir deste mês o HBB não atende mais além da cota firmada. Os pacientes que procurarem o hospital depois do excedido são encaminhados à 16ª Coordenadoria de Saúde. “Claro que em casos de emergência atenderemos de qualquer forma.”
O diretor administrativo afirma que não gostaria de brigar com o governo do estado, mas que precisa manter a casa em funcionamento. Ele conta que está renegociando títulos com fornecedores e outros encargos internos.