Insegurança perpetua por falta de investimentos

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Insegurança perpetua por falta de investimentos

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A falta de investimentos e ações de melhorias nas principais rodovias do Vale gera indignação. Na sexta-feira, cerca de 400 pessoas paralisaram por uma hora, com carros, caminhões, cartazes e cruzes, o quilômetro 70 da RS-129, em Encantado.

Na semana passada, duas pessoas morreram em acidentes próximos daquele trecho.

Vinicíus Sangalli, de 11 anos, foi atropelado perto do trevo do Posto Peteba e Ademir Dalprá, morreu após acidente de carro no acesso principal da cidade.

trevbosSegundo dados da Polícia Rodoviária Estadual, desde 2006, foram 45 acidentes registrados no trevo do Posto Peteba. Destes, 17 aconteceram em 2010.

Autoridades e moradores cobram a construção de uma rótula ou um binário nos dois principais acessos à cidade, pelos bairros Santa Clara e Peteba.

Reivindicam também, há mais de 10 anos, a instalação de controladores de velocidade nestes locais. Já existem projetos para atender estas reivindicações, porém nenhum está em execução.

Um abaixo-assinado será enviado esta semana para a Univias, concessionária responsável pelo trecho, com todas as reivindicações. Nos próximos dias deverá ser agendada entre lideranças locais e o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), uma reunião para discutir a execução destes projetos.

De acordo com Fernando Fróes, gerente de relações institucionais da Univias, já existe projeto para o trevo do Peteba. Segundo Fróes, um binário será construído no local. Entretanto, não há prazo estipulado para o início das obras.

Mais trechos preocupam

Outros pontos da região também aguardam melhorias. Em Lajeado, o trevo de acesso ao bairro Olarias, na BR-386, é motivo de reclamações há mais de 20 anos. Em 2008, após a morte de duas jovens, homenageadas com uma cruz no local do acidente, uma série de manifestações buscou uma solução para o local.

Na época, a Univias construiu uma mureta separando os bairros Olarias e Montanha. Esta solução foi rechaçada pelas comunidades, e foi retirado. Desde então, explica o comerciante Sérgio Rambo, um dos líderes das manifestações na época, nada foi feito no local. “O problema não está somente nesta rótula, mas nos demais acessos secundários”, diz.

O cruzamento da RS-130, que liga os bairros São Cristóvão e Santo André, é outra preocupação das lideranças. Segundo dados da PRE, em 2011 ocorreram 12 acidentes naquele local. Em 2010 foram 90 ocorrências no trecho entre os quilômetros 72 e 73, nas proximidades do Posto do Arco. O ano de 2008 registrou menos acidentes, mas com a morte de duas pessoas.

Segundo Fróes, não existem projetos de construção de rótulas nestes dois locais. Ele informa que está prevista apenas investimentos de sinalização no trevo de Olarias, com pintura e colocação de tachões.

Vítimas lamentam falta de ações

Morador de Encantado, Édson Longo foi atropelado há 13 anos na rótula da rua Antônio de Conto, acidente que o deixou paraplégico e lhe tirou a fala. Sua mãe, Analice Castoldi, conta que o filho aguardava no acostamento para contornar a rótula, quando um caminhão em alta velocidade o atingiu.

“Muitas pessoas não sabem o que são perdas de trânsito, precisamos cobrar mais atitudes dos responsáveis”, declara.

A dona de casa Ema Rosa Lucca do Amorim, também de Encantado, conta que perdeu a filha há 16 anos em acidente na RS-129, próximo a Vespasiano Correa. Lia tinha 17 anos, e foi a um baile com o namorado e mais uma amiga. Ao retornarem colidiram em uma árvore, causando a morte dela e de seu namorado.

Ema diz que a pior coisa para uma mãe é perder seu filho tragicamente: “Foi o pior dia da minha vida. Parece que ela está sempre para chegar.”, emociona-se.

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