Três níveis estudam em uma mesma sala

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Três níveis estudam em uma mesma sala

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Alunos de três níveis de aprendizado diferentes têm aulas na mesma sala desde a semana passada quando iniciou o ano le­tivo. A professora, com 25 anos de profissão, precisa encontrar for­mas de repassar o conteúdo para as crianças de idades diferentes.

O fato ocorre na Escola Munici­pal Pedro Welter, do bairro Flores­ta, e revolta os pais que receberam o comunicado com as alterações em uma reunião na segunda-fei­ra. Eles querem que a Secretaria da Educação disponibilize mais um professor para atuar na esco­la e preocupam-se com a qualida­de do aprendizado dos filhos.

alunosA presidente do Conselho de Pais e Mestres (CPM), Marli Inês Weiler, reclama que o município está ig­norando a escola e que no bairro não há creche. “Adoramos a Pedro Welter porque oferece turno inte­gral, mas precisamos brigar pela qualidade do ensino”, diz.

Mãe de uma aluna do pré, An­dréia Matthes, tem receio de quan­do a filha atingir o ciclo 2. “Ela é pequena, mas não concordo com a situação, porque tenho medo de como será o futuro dela”.

Um pai conta que o filho chega em casa da escola chorando e re­clamando que o colega mais velho não o ajuda nos conteúdos de aula. “Como ensinarão a sexologia para os alunos menores”, questiona.

Os pais organizam uma mobiliza­ção e fizeram um abaixo-assinado para entregar na secretaria. “Todos concordam que essa situação não está certa”, acredita a mãe.

Entenda como funciona

A escola trabalha com ciclos, em vez de séries. O problema apontado pelos pais de alunos ocorre no ciclo 2, que tem três etapas – I, II e III, equi­valentes a 3ª, 4ª e 5ª série. Há 18 es­tudantes matriculados e suas idades variam entre 9 e 12 anos.

A mudança na forma de minis­trar as aulas foi imposta pela Secre­taria da Educação devido ao baixo número de alunos matriculados. Contudo, no início do ano letivo a escola foi orientada a não matricu­lar novos estudantes neste ciclo.

A coordenadora pedagógica do município, Vanessa Delving Ely, con­firma que diversos pais estão procu­rando a secretaria para reclamarem das mudanças. Mas garante que as alterações foram planejadas e ocor­rem da mesma forma em 20 turmas de nove escolas de Lajeado. A dife­rença é que nas demais a aglutina­ção ocorre em apenas duas etapas e na Pedro Welter em três.

Vanessa cita que a secretária pretende conversar novamente com os pais e com a direção da es­cola para encontrar uma forma de amenizar o problema, mas anteci­pa que não haverá divisão desta turma. “Oferecemos turno integral e 15 destes alunos ficam juntos no turno da tarde e não há problemas na convivência”, destaca.

Sobre a qualidade do ensino ela menciona que a secretaria trabalha com o sistema de “realidade de aglu­tinação”, em que as etapas dos ciclos têm aulas em uma mesma sala, e até o momento não houve rejeição dos alunos e pais que passaram por essa experiência. “Aumentaremos o acom­panhamento nessa escola”, garante.

A coordenadora assegura que não soube do interesse da comunidade em matricular-se na escola, pois po­deria ter revisto a situação”.

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