Aprovado na quinta-feira, o aumento de 11,6% no salário mínimo regional eleva o piso do Rio Grande do Sul para R$ 610. Segundo nota do Poder Público, este é o maior aumento registrado desde 2001.
A definição do mínimo que ocorre em cada estado tem por base o valor nacional, fixado em R$ 545 nesta semana. A partir de abril os reajustes se incorporam à receita mensal de mais de 47 milhões de pessoas no país. No estado, 1,2 milhão de trabalhadores serão beneficiados.
Aposentados e demais beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) não terão direito ao aumento, pois sua base salarial é o mínimo do país.
Cíntia Agostini, economista do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), diz que o ganho real será de 5%, em função da inflação de 6% registrada no ano passado.
“O mercado vive um bom momento e não acredito que haverá demissões em função do custo extra para as empresas”, diz. Ela acredita que o dinheiro a mais no fim do mês será absorvido principalmente pelas áreas de eletroeletrônicos, móveis e alimentação.
Segundo Cíntia, o preço da cesta básica não será afetado de forma preocupante, assim como os valores de financiamentos e outras linhas de crédito oferecidas pelo Poder Público – sua base de cálculo para juros não é relacionada ao mínimo.
De acordo com o projeto aprovado pelo governo do estado, as faixas de remuneração gaúchas ficam em R$ 610; R$ 624,05; R$ 638,20 e R$ 663,40. A economista diz que essas categorias se relacionam a qualificação, tempo de experiência e a função do trabalhador e são utilizadas principalmente no setor industrial.
Do acordo com dados do site Infomoney, as federações patronais são contrárias à existência de um mínimo estadual porque entendem que ele retira a competitividade das empresas em relação às concorrentes de outras regiões. O mínimo estadual é aplicado às categorias que não têm seus salários negociados entre sindicatos de trabalhadores e empresários.
“O aumento ajudará. Cada nota de R$ 10 a mais no bolso é importante para os trabalhadores. Investirei o dinheiro extra na compra de meus remédios”.
Lurdes da Silva, Lajeado
“Gasto em torno de R$ 700 no supermercado por mês. Cada R$ 10 ou R$ 20 são bem vindos em nosso orçamento doméstico”.
Vaine Belin, Lajeado