Obras atrasam por falta de pedreiros

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Obras atrasam por falta de pedreiros

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A falta de mão de obra na construção civil começa a mostrar seus reflexos. Obras programadas para serem inauguradas em abril, demorarão mais 90 dias para serem concluídas.

Um exemplo é a Arena do Lajeadense.

O presidente, Nilson Giovanella, analisará até o fim da semana, mas antecipa que há grande possibilidade da inauguração da arena ser adiada de abril para junho. De 30 pedreiros e serventes contratados para a construção, apenas dez compareceram ao serviço na segunda-feira. “A atitude é frequente, principalmente no início da semana”, diz.

obrasPara ele a relação de empregado e empregador inverteu. “Hoje quem dita as regras é o funcionário. Se exigimos demais o concorrente o contrata”, diz. Nilson é proprietário de uma construtora e, em sua empresa vê a mesma realidade – dez máquinas estão paradas por falta de profissionais.

O construtor diz que há oito mil vagas em aberto no Porto de Rio Grande e acredita que as pessoas precisam desacelerar o ritmo de obras. “O país não está preocupado com essa situação”, opina.

O Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) oferta em parceria com a administração municipal de Lajeado um curso de pedreiro e pintor. Contudo, as aulas estão comprometidas porque apenas uma pessoa se interessou pelo curso.

Estima-se que a construção civil gaúcha precisará de 15 mil novos trabalhadores em 2011 para suprir a demanda do mercado imobiliário e os investimentos em obras públicas e privadas, devido à Copa de 2014.

Um levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 68,4% dos empresários têm dificuldades em encontrar mão de obra qualificada. A pesquisa foi realizada pelo órgão de 3 a 20 de janeiro e ouviu 375 empresas do ramo em todo o país.

Léo Katz atua na construção civil há 30 anos e acredita que nos próximos meses deverá reduzir em 30% o ritmo da construção civil. Ele tem 12 funcionários e cita que precisaria o dobro para acompanhar a demanda.

Para o construtor a grande oferta de mão de obra qualificada prejudica a produção. “Pedreiro é uma profissão que a máquina não substitui”, alerta.

Construtores devem diminuir o ritmo

Desde 14 de fevereiro é possível financiar imóveis pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida apenas em ruas calçadas. Isso deverá reduzir o ritmo de algumas construtoras e incentivar o poder público a melhorar as condições das vias.

No bairro Moinhos d’Água uma empreiteira está concluindo a construção de aproximadamente 80 casas para revender pelo valor do programa. Centenas de pessoas trabalham nestas obras. (Veja matéria completa na página 7).

São os funcionários que exigem

No Sistema Nacional de Empregos (Sine) de Lajeado há procura diária por mão de obra qualificada. Algumas vagas ficam meses disponíveis sem procura. A construção civil e oficina pesada são as áreas com mais dificuldades de encontrar candidatos.

Conforme a coordenadora, Roseti Regina Spohr, nos últimos meses o mural de empregos está mais escasso. “Agora são os empregados que exigem condições para trabalhar”, diz. Ela conta que os pedidos mais comuns são vale refeição, transporte e melhor oferta de salário.

Ela diz que quem tiver capacitação tem mais chances de competir por melhores remunerações.Hoje os currículos disponíveis no Sine de Lajeado são de pessoas sem qualificação que, segundo Roseti, almejam postos de trabalhos com salários maiores e função que não as competem.

Senac forma dois mil por ano

O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) de Lajeado forma por ano dois mil profissionais nos cursos de qualificação. A pesquisa da entidade mostra que 85% dos formados conseguem emprego logo após concluírem o curso. Os demais são os que optaram por trabalhar em outra área.

A entidade oferece cursos voltados para a área comercial da empresa.A procura por cursos técnicos do Senac é motivada pelo ingresso ou ascensão no mercado de trabalho. Os estudantes procuram capacitação para iniciarem em boas funções no seu primeiro emprego e outros para evoluírem profissionalmente. Os cursos mais procurados são Técnico em Administração e Auxiliar de Administração.

Pesquisa

A Univates realiza uma pesquisa. Estão sendo procuradas 250 empresas de Lajeado com segmentos variados que têm perfil econômico da cidade. A previsão é de que o diagnóstico esteja concluído em março. Com o material, a administração municipal deverá criar cursos relacionados à carência.

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