Governo amplia teto para financiar imóvel

Notícia

Governo amplia teto para financiar imóvel

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O município é o único na região que teve aumen­to no teto para financiamento habitacional do Programa Minha Casa, Minha Vida, que de R$ 80 mil passa para R$ 100 mil. A notícia motivará pessoas de outras cidades a com­prarem no município.

casaA maior preocupação agora é das imobiliárias que se queixam da pouca oferta. Os imóveis à venda têm valores superiores ao teto do programa do governo fe­deral. Os mais acessíveis variam de R$ 130 mil a R$ 180 mil. A de­mora na liberação de projetos e a deficiência no processo de escrituras dos novos imóveis são questionadas pelos proprietários de imobiliárias.

As corretoras Ana Corbellini e Kátia Sieben afirmam que há quatro meses estão sem imóveis no valor de até R$ 80 mil para vender. Elas acreditam que com a alteração do teto ocorram ven­das de terrenos, em que os valores partem de R$ 50 mil. Neste caso o resto do empréstimo será aplica­do na construção.

Ana diz que há prédios em cons­trução que atendem ao novo teto. “Temos imóveis prontos para venda, mas barram na prefeitura por três meses devido ao Habite-se”, relata.

A proprietária de outra imobi­liária Mara Ranzi calcula que o valor R$ 100 mil ainda é pouco para as propos­tas que as imobiliá­rias têm. Para ela, o valor deveria partir de R$ 110 mil. O mesmo pensa o constru­tor Leandro Eckerdt. “Prefiro não atender o perfil do programa por­que quando o orçamento é aper­tado afeta a qualidade”, diz.

A decisão em elevar o preço má­ximo dos imóveis novos e usados foi do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Servi­ço (FGTS). Lajeado enquadrou-se porque tem mais de 50 mil ha­bitantes. Desde 2007 não havia reajustes.

Conforme a gerente-geral da Caixa Econômica Federal de Laje­ado, Mara Lucian, a justificativa para o aumento é proporcionar aos interessados de menor poder aquisitivo uma facilidade de com­pra, visto que houve uma valori­zação nos valores praticados no mercado imobiliário. Ela cita que há 200 processos em andamento na agência para essa finalidade.

Depois de 59 anos o sonho se realiza

A família Garcia, de Lajeado, teve um desejo realizado – a casa própria. O casal Walmor, 63 anos, e Maria Helena, 59 anos, e o filho Rodrigo, 29 anos, somaram sua renda e em mar­ço se mudam para nova habi­tação no bairro Montanha.

casaA casa tem dois quartos, um banheiro, sala e cozinha no mesmo ambiente. O suficiente, na visão da família, para três pessoas. O casal retirou R$ 66 mil de empréstimo e recebeu R$ 1,8 mil de auxílio do gover­no. A moradia custará pronta com terreno R$ 72 mil.

Em abril de 2009, a resi­dência em que moravam de aluguel no bairro Americano incendiou e todos os perten­ces e ferramentas da empresa que mantinham nos fundos da casa foram perdidos.

O casal recebeu ajuda da comunidade que doou manti­mentos, roupas e móveis. Até o ano passado, moraram em uma casa cedida próximo do local anterior. Até que procura­ram, por incentivo dos filhos, uma construtora e descobri­ram que teriam chances de fa­zer um financiamento. “Hoje, pagamos R$ 669 de prestação pela nossa casa. O mesmo que um aluguel”, diz.

Aluguel tornou-se mais caro que prestações

Imobiliárias do município ga­rantem que hoje é mais barato financiar do que alugar um imó­vel, mesmo que a variação seja pequena.

Contudo, em cidades maiores a mudança é mais significativa. Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que as famílias que moram em grandes centros gastam o dobro com aluguel comparado com aque­las que financiam imóveis.

Dados da Pesquisa de Orçamen­tos Familiares (POF) de 2008/09 mostram que em média o brasi­leiro destina 12% da renda fami­liar para o aluguel e se optar pela prestação da casa própria terá 7% de despesas em seu orçamento.

Com o financiamento o compra­dor tem outro benefício. As pres­tações que podem se estender em até 30 anos, mensalmente redu­zem. Já com o aluguel o reajuste ocorre anualmente e há acréscimo de valores.

Rendas necessárias e auxílios

Para adquirir um imóvel de até R$ 100 mil é preciso ter renda fa­miliar entre R$ 1.395 e R$ 2.790. Nesta situação enquadram-se os financiamentos para aquisição de imóvel novo ou de terreno mais construção com avaliação do imó­vel de até R$ 100 mil e com renda de até R$1.395.

Nas regiões metropolitanas e mu­nicípios com população igual ou su­perior a 250 mil habitantes a renda familiar máxima é de R$ 4,9 mil.

As operações de financiamen­to na área habitacional popular destinam recursos à população de baixa renda. Em Lajeado, o valor chega a até R$ 13 mil. O FGTS po­derá auxiliar no empréstimo em 90% do valor de imóveis novos ou usados.

Mudança de foco dos investimentos

O crescimento no número de fi­nanciamentos do programa e va­lores de imóveis causou impacto no setor imobiliário e mudança nos planos dos investidores. Aque­les que antes adquiriam casas ou apartamentos para aluguel, hoje compram na planta para reven­derem quando prontos.

O exemplo é um prédio no bair­ro Florestal em que na planta um apartamento custou R$ 110 mil. O investidor aguardou por 30 meses até o término da constru­ção é no mês passado o vendeu por R$ 185 mil. Casos como este repetem-se nos bairros centro e Montanha.

Aumento em outras regiões

O valor para imóveis localizados nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Fede­ral passou de R$ 130 mil para R$ 170 mil. Nas demais capitais, o teto do imóvel dentro do programa foi ele­vado de R$ 100 mil para R$ 150 mil.

Para municípios com população a partir de 250 mil habitantes ou inte­grantes de regiões metropolitanas, o valor máximo passará de R$ 80 mil para R$ 130 mil.

Documentos ou cópias exigidos para financiar um imóvel

– identidade – frente e verso;

– CPF – frente e verso;

– comprovantes de renda (seis últimos contra cheques/extra­to bancário dos três últimos meses);

– comprovante de residência (conta de água, luz ou telefone);

– estado civil (certidão casamento, ou união estável, ou solteiro(a)/certidão nascimento);

– comprovantes de despesas informadas no cadastro, atuais e pagas;

– declaração de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF);

– carteira de trabalho (todos que tem renda): nº e série, com foto e assinatura; qualificação civil; todos os contratos de trabalho; dados FGTS;

– documento do veículo, se tiver;

– se tiver imóvel no nome, certidão atualizada da matrícula do imóvel;

– certidão da matrícula do imóvel que está comprando.

– terá uso de FGTS, valor aproximado

– se tem conta na Caixa Federal, o número

– Receita Federal: certidão conjunta negativa

– Receita Federal: comprovante de inscrição e de

situação no CPF

Acompanhe
nossas
redes sociais