Seis distritos buscam  independência

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Seis distritos buscam independência

Mudanças nos critérios da legislação feitas no fim de 2010 incentiva­ram uma nova corrida para comunidades distantes eman­ciparem-se de seus municípios. Na região seis mobilizam-se para a se­paração. Algumas cidades perderão mais de 40% da área total.

Na terça-feira, dia 8, ocorre uma reunião com as comissões na As­sembleia Legislativa gaúcha na qual serão divulgados pela primei­ra vez dados sobre todas as comu­nidades que poderão se emancipar.

As comunidades Forqueta, de Ar­roio do Meio; Vila Fão, de Marques de Souza; Costão, de Estrela; Palan­que e Vila Deodoro, de Venâncio Ai­res e toda área rural da parte leste de Teutônia lutam há dez anos para conseguir a independência, mas sempre esbarram na insuficiência de habitantes ou eleitores exigidos pelo governo federal.

No total há 126 pedidos na Assembleia para emancipações feitas desde 1998. Contudo, a As­sociação Gaúcha de Áreas Eman­cipadas e Anexadas (Agea) prevê que no máximo 50 distritos aten­dam os pré-requisitos.

Os novos municípios deverão realizar plebiscito até outubro deste ano nas comunidades en­volvidas para saberem se os mo­radores querem a emancipação. Se for aceito, no próximo ano serão escolhidos prefeitos e vere­adores de cada um deles.

Pedágio gerará R$ 40 mil por mês

Vila Fão, em Marques de Souza, será batizada de Bela Vista do Fão. O novo município será um dos maiores entre os que surgem na região. A área territorial é de 120 quilômetros quadrados, mesma área que Marques de Souza e um pouco menor que Progresso, cidades das quais se des­membrarão as comunidades.

O pedágio da BR-386 fará parte da cidade e gerará R$ 40 mil por mês de recursos. Confor­me o presidente da comissão, Ivo Pavi, a in­dependência para a localidade significa mais proximidade com o governo e crescimento da região. O distrito é responsável por cerca de 30% da economia de Marques de Souza, baseada na produção primária, industrialização de tijolos e comércio.

As localidades de Lajeado do Meio, Cabeceira de Tocas e Três Lagoas, em Progresso; e Vasco Bandeira, Picada Cornélius e Picada May, em Marques de Souza farão parte da nova cidade.

Quais os critérios para emancipar

* Ter mais de cinco mil habitantes ou 1,8 mil eleitores;

* Mais de 150 imóveis construídos ou 250 imóveis no conjunto de núcleos urbanos;

* Estudos de viabilidades com padrões de crescimento;

* Escola de Ensino Fundamental completo;

* Pelo menos um equipamento público: abastecimento de água, siste­mas de esgoto sanitário, rede de iluminação pública, posto de saúde ou posto policial;

* Análise de receita tributária;

* Plebiscito na comunidade para verificar se há o interesse.

Área que dá retornos

O distrito de Costão, em Estrela, se chamará Beija-Flor. A cidade deve ser composta pelas localidades de Costão, São José, Santo Antônio, linhas Ge­raldo e Wolf. A população é de 1.445 habitantes com cerca de 900 eleitores.

Sua base econômica é a agricultura. Segundo o atual presidente, Os­mar Ferrari, que entrega o cargo nos próximos dias, as mudanças nos critérios trouxeram uma esperança aos moradores e empresários. Se­gundo ele, a comunidade traz recursos altos para Estrela, criando expec­tativas positivas aos moradores.

“Temos uma agricultura forte, empresas, escola e isso só melho­rará quando nos tornarmos cidade”, diz. Para ele, a transformação possibilitará mais qualidade de vida e oportunidades de crescimen­to para a população.

A demora criou receio em Forqueta

Em Arroio do Meio, as lo­calidades de Cairú, Linha 32, Esperança e parte da For­queta farão parte da nova cidade, representando 31% de perda na área territorial para a cidade-mãe.

A localidade tem escola, empresas e os habitantes têm moradias próprias. Contudo, o presidente da comissão, Paulo Alécio Weizenmann, re­ceia falar sobre a emancipa­ção. “Não quero criar falsas expectativas aos moradores outra vez”, cita. Ele acredita que se houver emancipação ela será apenas em 2016.

Ele diz que emancipação triplicará as obras e aproxi­mará os moradores da admi­nistração municipal.

A economia é baseada no setor primário com a produ­ção de aves, leite e suínos. Na localidade há também uma fábrica de calçados responsá­vel por parte dos empregos.

Busca pelo progresso

Elton Klepker é presidente da comis­são de emancipação da comunidade e ex-prefeito de Teutônia. Ele conta que com a emancipação a comunidade terá crescimento. “Temos o exemplo de ou­tras cidades que se separaram e só cres­ceram”, conta.

As localidades de Linha Clara, Boa Vista, Linha Catarina, Boa Vista Fundos, Capivara, Pontes Filho, Germano Fundos e Germano farão parte da nova cidade que se chamará Germânia.

Cidade perderá mais de 20 comunidades

Em Venâncio Aires, 20 localidades se dividem em mais duas novas cidades. Palanque, Linha Herval, Grão Pará e Linha Traves­sa serão a cidade Palan­que e outras 15 comuni­dades formarão a cidade Deodoro.

Em Palanque, o presiden­te da comissão Sérgio Mees cita que a documentação para a emancipação está concluída. “Temos tudo o que é solicitado, inclusive posto policial”, diz.

Nesta localidade há mais de 60 empresas. Confor­me Mees, a independência favorecerá melhorias na qualidade de vida dos mo­radores. “Temos uma reu­nião mensal com mais de 40 pessoas”, relata.

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