Há mais de 30 anos, Eldo Purper, 69 anos, agricultor residente no bairro Moinhos da Água, tinha insônia face às dificuldades financeiras para manter os três filhos em uma escola particular em São Bento.
Dar aos filhos uma educação de qualidade, herança que não recebeu dos pais, era o seu maior desafio. “Queria que eles pudessem levar uma vida mais tranquila”, diz.
No entanto, a lida no campo que aprendeu com os pais desde criança não era o suficiente para garantir o sustento da família e as mensalidades do colégio.
Quando a dívida com a escola acumulou-se por mais de quatro meses ele desabafou com o amigo, Orlando Sieben. Comovido, ele ensinou a Purper como produzir vassouras, garantindo que lhe daria lucro.
“Minha sorte foi que eu já tinha as palhas plantadas em minha propriedade”, lembra. Com as vassouras produzidas na época, ele pagou as mensalidades atrasadas e adiantou algumas. O agricultor seguiu na produção.
Orientado pelo amigo, ele construiu em sua casa uma máquina que auxilia no trabalho e as vassouras tornaram-se sua principal fonte de lucro. Em sua trajetória, ele estima ter produzido mais de 30 mil.
Trabalho valeu a pena
Para este ano a previsão de trabalho é mais de 1,5 mil itens, vendidos ao preço unitário de R$ 11. Seus principais clientes são os moradores de sua comunidade e uma fábrica de ração do bairro que encomendou 500 peças para o meio do ano.
Seu trabalho exige muito esforço e poucas pessoas querem fazer. Cada vassoura leva em média 30 minutos para ficar pronta. “Mas foi produzindo vassouras que conquistei grande parte do que tenho hoje”, orgulha-se.
Trinta anos se passaram desde que o amigo lhe ensinou o ofício e hoje ele se diz realizado por ter conseguido pagar o estudo dos filhos. Um deles gerencia uma oficina no bairro