Animais morrem por água contaminada

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Animais morrem por água contaminada

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A coloração branca, o mau cheiro da água do arroio do distrito de Conceição e a morte de diversos animais fizeram João Dornelles, mora­dor de uma chácara de seis hec­tares próximo a uma fábrica de leite entrar em contato com o jornal A Hora na manhã de on­tem.

Dornelles mora a cerca de 100 metros de uma indústria de la­ticínios, que seria a responsável pela poluição.

O soldado da Patrulha Ambien­tal (Patram), Dari Julio Scherer, foi até o local e confirmou a presença de resíduos de efluen­te industrial na água em gran­de quantidade.

arroioScherer salienta que, acima da empresa de leite, o arroio está limpo.

O local foi fiscalizado com au­xílio de aparelho de GPS para registrar a localização exata de onde começa a poluição.

Segundo o morador Dornelles, o descaso é verificado desde que mora no local, há mais de três anos. “Não sei mais o que fazer. Vários animais já morreram e ninguém toma providências”, reclama. Conforme diz, ele co­municou o fato diversas vezes à Emater e órgãos ambientais do município, mas sem sucesso.

De acordo com o morador, des­de que se mudou animais apa­recem mortos. Patos, ovelhas, terneiros e outros animais na­tivos como marrecas e gansos desapareceram da região desde então.

Fato mais grave relatado por Dornelles ocorreu há seis meses, quando um líquido branco in­vadiu sua propriedade por cima da terra, deixando um rastro de vegetação morta. Árvores frutí­feras e alguns animais, inclusi­ve seu cachorro, ovelhas e um terneiro morreram. “Encosta­ram naquele líquido e logo ado­eceram”, conta.

Na época a empresa de leite, que fica a menos de 100 me­tros da propriedade, indenizou Dornelles e alegou que o líquido havia vazado de um equipa­mento. “Disseram que isso não aconteceria mais.”

Dornelles pretende desistir de criar animais. “Temos medo de carnear as ovelhas, pois podem estar contaminadas. Pescar en­tão, nem pensar”, lamenta.

A poluição do ar produzida pela empresa também incomoda. Conforme o morador, os canos são muito baixos e uma fuma­ça preta invade a residência. “É uma fumaça que sufoca a gen­te tanto que nem conseguimos respirar”, conta.

O que o Patram fará

– Hoje, o soldado Dari Ju­lio Scherer voltará ao lo­cal para conversar com a empresa;

– Vistoriará a liberação dos resíduos industriais no arroio;

– Encaminhará o caso à Justiça.

– João Dornelles entrará com ação contra a empre­sa, pedindo nova indeni­zação. Ele afirma ter sido lesado com a morte dos animais.

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