Cruzeiro do Sul – Aconstrução de casas populares no município está prevista para este ano e a Secretaria Municipal de Habitação e Assistência Social tem uma lista de candidatos seis vezes maior do que o número de residências disponíveis.
Ao todo, são 126 famílias aptas a ingressar no programa que no primeiro momento oferece 20 casas populares para o bairro Vila Rosa. De acordo com o secretário de Habitação e Assistência Social, Fabel Moreno, foram inseridos na lista aqueles que ganham até três salários mínimos, residem no município há pelo menos cinco anos e não possuem imóveis.
Para a seleção das famílias, Moreno afirma que foi feito um questionário com perguntas referentes ao salário, o tipo e o tempo de permanência no trabalho e quantas pessoas vivem na residência.
O secretário diz que cada questão tem uma pontuação específica e serão selecionadas aquelas que tiverem menor renda familiar.
O projeto foi encaminhado à Secretaria Estadual de Habitação e Saneamento e está orçado em R$ 320 mil – sendo R$ 200 mil do governo estadual e R$ 120 mil do município.
Dificuldade na construção de banheiros
A aquisição de dez kits com material para construção de banheiros também está prevista no documento, sendo investidos R$ 25 mil pelo estado e R$ 7,5 mil pelo município. No entanto, a mão-de-obra caberá aos contribuintes.
Isto faz com que alguns moradores tenham dificuldades, como Maria dos Santos Almeida, 52 anos, que vive na rua Santa Catarina, no centro. Ela não tem banheiro e a família toma banho de mangueira. As necessidades são feitas em uma capunga improvisada nos fundos da casa, com a estrutura comprometida devido a constantes deslizamentos.
Ela recebeu, há quatro meses, um kit com materiais para construção de banheiro, mas diz que não tem condições para contratar mão-de-obra. “O material estragará e meu problema continuará”, lamenta.
Segundo Moreno, o município está impedido por lei de destinar funcionários para obras particulares, e também não há previsão para a criação de qualquer lei que mude esta realidade.