Moradores se revoltam contra vereadores

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Moradores se revoltam contra vereadores

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Mesmo com plenário lotado na última sessão extraor­dinária do ano realizada na quinta-feira, os legisladores não votaram o projeto que prevê 1,7 qui­lômetro de asfalto às localidades de Dona Rita e Bela Vista.

A frustração de grande parte do público gerou tumulto no fim da ses­são. Segundo a Assessoria Jurídica, o projeto não prevê taxas de juros e formas de pagamento. Para os mora­dores, decisão foi partidária e preju­dicou a comunidade.

sessaoAo terminar a sessão, o vereador Roque Haas (PP) sugeriu parceria com o governo do estado para am­pliar asfaltamento, mas foi rechaça­do pelas pessoas presentes que grita­vam: “Mentirosos”.

Os moradores cercaram alguns vereadores que tentavam sair do ple­nário. O bate-boca se estendeu pelas escadas, e os vereadores tiveram que esperar o público ir embora para dei­xar a câmara. Darci Hergessel (PDT) não compareceu à sessão.

Por não ser votado neste ano, o fi­nanciamento conseguido via Caixa Estadual S.A. será perdido, e o as­faltamento destas localidades será empurrado para daqui três anos, segundo o vice-prefeito Klaus Schna­ck. A bancada do PMDB classificou a decisão de não colocar o projeto na ordem do dia como partidária.

Segundo Nestor Matte (PMDB), não havia motivos para que o projeto não fosse votado. Ele afirma que um proje­to semelhante foi aprovado em 2006, quando um financiamento pago em 48 meses possibilitou o asfaltamento no bairro Bela Vista. “Desafio a Asses­soria Jurídica a apontar um erro neste projeto. A lei orgânica do município é clara”, dispara.

Em 2006, a prefeitura fechou o ano com superávit de R$ 2,2 milhões, contra­dizendo o argumento oposicionista de pagar à vista o projeto de asfaltamento.

Parecer jurídico não foi favorável

O projeto buscaria financia­mento da Caixa Estadual S.A. no valor de R$ 1 milhão para asfaltar um quilômetro na rua Dona Rita e 700 metros na Estrada Geral. Segundo o assessor jurídico da câmara, Eduardo Rehinheimer, na lei não consta o percentual da taxa de juros e as formas de pagamento, só na mensagem jus­tificativa que não é considerada a própria lei. “A mensagem está mais completa do que a lei, mas não faz parte do projeto”, diz. O assessor afirma que na última terça-feira poderiam ter feito uma retificação, acrescentando as informações que faltavam no projeto para que fosse votado ain­da neste ano. Sobre a aprovação de um projeto semelhante em 2006, Eduardo é enfático: “Não é porque na época aprovaram des­ta forma que vou repetir o erro”.

Prefeito se diz surpreso

O prefeito Sidnei Eckert re­cebeu a notícia com surpresa. Ele afirma que antes de viajar a Brasília apresentou o projeto ao presidente da Mesa Diretora e ao vereador Darci Hergessel (PDT), que após análise, não mencionaram nenhum proble­ma. Eckert não esteve presente porque, segundo ele, ainda era possível buscar recursos fede­rais. “Expliquei o projeto a eles. Estou surpreso com essa deci­são. É lamentável”, resume.

Segundo o presidente da Mesa Diretora, Ademir Gregório (PP), o prefeito apenas mencionou sobre a possibilidade de votar mais dois projetos além dos 15 vota­dos na última terça-feira. Para Gregório, a taxa de 17,5% ao ano, equivalente a R$ 700 mil, é mui­to alta. “Dá para fazer mais um quilômetro de asfalto”, diz.

Gragório acusa os situacionis­tas por terem jogado a comuni­dade contra os vereadores. “Nos deixaram de saia justa”, diz. Ade­mir Gregório convocará reunião com o Executivo e o secretário da Fazenda para debater o destino dos aproximados R$ 3 milhões de superávit deste ano. Para ele, é possível pagar o asfalto à vista.

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