Iniciou-se nesta semana a negociação do preço do fumo para a safra 2010/11.
Produtores, lideranças ligadas ao setor e representantes das indústrias reuniram-se, na segunda-feira, na sede da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), em Santa Cruz do Sul.
Segundo o presidente da associação, Benício Albano Werner, os fumicultores reivindicam um reajuste de 10,87%. “Seria o mínimo para obter lucro”, destaca. No ano passado, as empresas concederam um aumento de seis a 10%, quando o reivindicado foi de 19%. A arroba (15 quilos) do tipo BO1 está cotada em R$ 106,05 e do tipo TO2 – R$ 100,80.
As indústrias têm até o dia 20 para apresentar sua proposta de reajuste para esta safra. A Universal Leaf, a JTI/Kannenberg e a Alliance One não iniciarão a compra neste mês e a Philip Morris definirá até o dia 10. A Souza Cruz recebe tabaco em suas unidades.
Produção
Werner destaca que o fumo que está sendo colhido apresenta boa qualidade. A expectativa é de que sejam colhidas 597 mil toneladas de virgínia; 106 mil de burley e dez de variedades comuns de galpão. Isto representa 713 mil toneladas, contra as 691 mil da anterior.
A produtividade também deve ser boa. Para ele, na safra anterior o fumo ocupou 370,8 mil hectares. “Este ano, vamos colher mais em área menor, de 360 mil hectares.”
Insatisfação pelo preço
Márcio Roberto Vogt, 29 anos, de Arroio Grande, Cruzeiro do Sul, iniciou nesta semana a colheita.
Ele destaca a excelente qualidade das lavouras cultivadas, mas está insatisfeito com o preço e observa que o reajuste deveria ser de 15% para compensar os custos de produção.
Ele calcula uma despesa de R$ 3,5 mil por hectare. “Sobra pouco para o produtor se calcularmos todos os custos com insumos e mão de obra”, diz. Vogt cultivou nesta safra 115 mil pés de fumo.