Quase três semanas após o início da piracema no Vale, pescadores insistem em desrespeitar a lei, prejudicando a reprodução dos peixes. No fim de semana, duas pessoas foram flagradas pela Brigada Militar (BM) pescando no Arroio Forquetinha, no município de mesmo nome. Encaminhados à delegacia foram liberados mediante pagamento de fiança de R$ 600 cada.
Segundo o soldado Gerson Kruger, foram apreendidas três redes, de 30, 40 e 50 metros cada. Os pescadores tinham 60 peixes na embarcação. “As espécimes eram principalmente de jundiá, cascudo e lambari. “Os dois foram liberados após pagarem fiança, mas responderão por crime ambiental”, informa Kruger.
Ele diz que o material recolhido será encaminhado para a Patrulha Ambiental (Patram). A partir dessa apreensão o trabalho de combate à pesca ilegal realizado pela BM de Forquetinha será intensificado. “Pedimos para que a comunidade nos auxilie denunciando atos suspeitos praticados nos nossos rios e arroios”, solicita.
Multa pode chegar a R$ 100 mil
Pescar na época da piracema pode custar mais caro do que se imagina. De acordo com o soldado da Patram, Dari Júlio Scherer, as multas podem variar de R$ 700 a R$ 100 mil com acréscimo de R$ 20 por quilo de peixe apreendido. A pena por crime ambiental varia de um a três anos de detenção.
Scherer diz que, embora o efetivo da Patram esteja reduzido – são dois barcos e três policiais atuando – o trabalho será intenso até o fim da piracema. Ele informa que o patrulhamento ocorre em toda bacia localizada entre Santa Tereza e a divisa de Taquari com General Câmara. “Fiscalizaremos, principalmente, os principais pontos, que são barragens e hidrelétricas, onde a pesca é totalmente proibida”, diz.
Outros trechos citados pelo soldado como de grande incidência de pesca ilegal encontram-se na barragem de Bom Retiro do Sul, na cidade de Mariante, e no bairro Carneiros, em Lajeado, próximo da divisa do Rio Taquari com o Rio Forqueta.
Fique atento
O período de desova dos peixes ocorre de outubro a maio em todo o Brasil. Nesta época, pescadores profissionais e amadores estão autorizados a pescarem só com caniços e anzóis simples, sendo apenas um por pescador. Ambos podem optar pelo uso de embarcações, e o limite de pesca não poderá ultrapassar cinco quilos por dia. O tamanho do peixe deverá ser respeitado. Quem não tem habilitação para pesca só poderá fazê-la nas encostas.