A opção pelo cultivo orgânico alcançou mais de 24 milhões de hectares pelo mundo com crescimento anual de 20%. A Europa lançou um desafio – converter, até 2011, 20% da sua área agrícola em orgânica.
De acordo com o engenheiro do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa), Sighard Hermany, esses números são indicativos da conscientização sobre a saúde. “Os consumidores estão mais esclarecido, por isso pedem esse tipo de alimento”, deduz.
Na região, a produção é insuficiente para satisfazer a procura que cresce. Outro fator que contribui é a técnica de cultivo que ficou mais profissionalizada. “Além de mais saudáveis, esses alimentos costumam ser mais nutritivos e têm sabor singular”, reforça.
Essas fazem com que as variedades sejam preferidas inclusive por grandes chefes de cozinha. A proteção ao ambiente é outra característica que se destaca.
Ele frisa que a biodiversidade, solo, água e saúde dos produtores podem ser beneficiados com a técnica. Os alimentos orgânicos são produzidos obedecendo aos princípios, como sustentabilidade, bem-estar e proteção ao ambiente.
A mudança que gerou qualidade de vida
Na localidade de Forqueta, interior de Arroio do Meio, está um dos modelos mais conhecidos de agricultura orgânica no Vale.
Há dez anos, nove famílias organizaram-se para trocar a agricultura convencional pelas técnicas de produção sem o uso de agrotóxicos.
Hoje, elas são responsáveis por abastecer a feira do produtor, os estandes do mercado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e garantem a merenda dos alunos da cidade.
A maior dificuldade é manter a oferta devido à procura. Os agricultores Carlos e Márcia Ferrari estão entre os que aderiram ao sistema.
Quando eles começaram, a atividade era pouco conhecida. Hoje, comemoram os resultados. Os Ferrari plantam alface, couve, cenoura, beterraba e temperos.
As outras famílias optaram por variedades diferentes. “Assim não haveria excesso de um produto e falta de outro”, diz Márcia.
A maior vantagem apontada pelo casal é a qualidade de vida. “Sempre temos uma boa salada na mesa”, conta. A assistência técnica é feita por profissionais da Emater-Ascar/RS desde o plantio até a colheita.