Palco de eventos, como Expovale, Agroind e Construmóbil, o Parque do Imigrante retornou às discussões de entidades, como a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Univates e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Elas pretendem criar uma fundação que administre os parques da cidade, incluindo os municipais Professor Theobaldo Dick e Histórico.
Para manter o do Imigrante são gastos R$ 200 mil por ano da Secretaria de Obras, cerca de R$ 20 mil por mês em custo operacional (água, luz, quatro funcionários e pequenos reparos) e a cada feira o município destina um incentivo. Para a Expovale foram R$ 100 mil provenientes da Secretaria de Indústria e Comércio.
Conforme o secretário Carlos Alberto Martini, ocorrem no parque eventos públicos e privados. O local é oferecido para campeonatos de futebol, rodeio, grupo de patinação, provas de autoescola, entre outros. Contudo, ele acredita que o aproveitamento pode ser maior, se receber investimentos.
Há cerca de três anos, o município adquiriu uma área de dois hectares nos fundos do Parque Histórico com a intenção de ampliar o do Imigrante. Martini relata que há a possibilidade de fechar a rua Lourenço Maia da Silva que passa entre os dois, unificando a área. Conforme ele, se o Parque do Imigrante fosse vendido da forma que está hoje, custaria no mínimo R$ 14 milhões.
O local deve se manter aberto
O ex-secretário de Planejamento, André Kieling, auxiliou na elaboração do primeiro projeto. Para ele, a prefeitura mantém de forma razoável o Parque do Imigrante. “O local é pouco aproveitado”, conta.
Kieling diz que no projeto antigo havia a intenção de construir um auditório maior, “não há um local público e com mais lugares na região. A necessidade persiste desde aquela época”.
Conforme ele, para uma fundação assumir é preciso haver entendimento entre ela e o público. “O local deve ser aberto a todos como é hoje”, diz.
Estudo compreende vários projetos
O grupo de trabalho estuda e cria a cada encontro novos projetos. Um deles é a construção de um Centro de Eventos. Estima-se que sejam investidos R$ 16 milhões em obras. O esboço foi confeccionado por um arquiteto de Lajeado, e o estudo de viabilização feito pela Univates.
O ambiente abrigará um teatro, sala de espetáculos e salas de estudo. No local, devem ser oferecidas salas para as entidades como Acil, Lions Clube, Rotary Clube, câmara de vereadores, entre outros, que colaborarão com as despesas.
Conforme o advogado e integrante do grupo, Ney Arruda Filho, a intenção é que o parque esteja aberto todos os dias para haver fluxo de pessoas.
Outro projeto sugerido é a venda da atual área do Parque do Imigrante e compra de outra maior nas proximidades. Neste caso, conforme Arruda, a intenção é construir pavilhões com estrutura adequada para exposições.
Fundação manterá toda estrutura
Ela ainda não foi criada, há apenas uma minuta do estatuto na Acil. Após a oficialização, deverá ser aberto processo de licitação. A vencedora receberá os parques por concessão municipal.
Se a fundação assumir, ela terá que manter toda a estrutura. Deverão ser criados cargos de responsabilidade e o envolvimento da administração municipal será opcional. O presidente da Acil, Walmor Scapini, relata que foram quatro encontros até agora, e o projeto está em fase de estudo.
“A intenção é dar vida (sic) ao parque e encontrar uma forma dele manter-se sozinho”, afirma Scapini. Transformando o parque, Scapini diz que é possível sediar eventos que hoje se concentram apenas em Porto Alegre. “O objetivo é continuar com os campeonatos de futebol e outras atividades abertas ao público, mas com mais segurança e cuidado”, conta.
Há mais de dez anos o projeto foi criado e apresentado ao prefeito da época, Claúdio Schumacher, mas foi arquivado por rejeição de alguns membros da comunidade.
Exemplo a seguir
Em Bento Gonçalves, 12 entidades uniram-se e criaram a Fundaparque. Após processo de licitação, a entidade assumiu a administração do parque da cidade. Conforme a gerente do parque, Neusa Furlanetto dos Santos, a prefeitura mantinha três pavilhões em estado precário e agora o local é considerado como uma das melhores estruturas para eventos no país.
Ela conta que a principal mudança de transformar um parque em fundação é a administração do local. O patrimônio continua sendo da prefeitura, mas a fundação é mantenedora. “Todos os recursos ganhos em eventos são revertidos em melhorias no parque”, diz.
O Parque de Eventos tem área territorial de 322.566 metros quadrados e espaço coberto e climatizado de 58 metros quadrados. O local dispõe de torre de telefonia, internet, cobertura Wireless, heliponto, reservatórios de água próprios, estacionamento asfaltado, permitindo um fluxo de 2,5 mil automóveis dentro do Parque.
Fundaparque foi tema de trabalho de conclusão
A arquiteta Adriana Nunes Machado, em 2008, concluiu seu trabalho final de graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) com o projeto da Sede da Fundaparque.
No projeto acadêmico, Adriana sugeriu a nomeação da Acil como agente interventor. E as outras entidades arcariam com o investimento de infraestrutura de suas sedes no projeto. A administração municipal terá que se comprometer com a cessão da área.
Ela cita que no planejamento será construído um novo edifício de quatro pavimentos distribuídos em áreas – empresarial, sindicatos patronais, clubes de serviço e eventos.
Lá ficam as infraestruturas de cada sede, como salas de reunião, recepção, refeitório, midiateca e biblioteca empresarial, entre outros.
A área de eventos teria auditório com no mínimo 900 assentos com cabines de tradução simultânea, salas de som e projeção, salas modulares. “Uma das ideias norteadoras do projeto foi a possibilidade de funcionamento desta estrutura de forma ininterrupta. As atividades sendo desenvolvidas diariamente, mesmo quando há feira”, cita.
FIQUE ATENTO
FUNDAPARQUE: Há vários projetos. Um deles prevê a construção de um Centro de Eventos no Parque do Imigrante com valor estimado em R$ 16 milhões. O local pode ser sede de entidades de serviços e Câmara de Vereadores de Lajeado.