Temporal traz prejuízos para a região

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Temporal traz prejuízos para a região

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Pelo menos 30 mil pon­tos ficaram sem luz nos vales do Taquari e Rio Pardo após as fortes rajadas de vento que atingiram a região na tarde de ontem. Em Laje­ado, pelo menos três árvores caíram, congestionando o trânsito em algumas vias da cidade, como a Av. Sete de Se­tembro e a rua Dois Irmãos.

temporalDe acordo com o Corpo de Bombeiros de Lajeado, alguns outdoors foram da­nificados, e um poste caiu na rua João Abott, atingindo um veículo estacionado, e interrompendo a distribuição de energia na região.

Em Encantado, a tempesta­de destelhou casas e parte do telhado da Escola Municipal Porto XV. Segundo a profes­sora Rosa Maria, 63 alunos estudavam no momento. “Por sorte, ninguém se machucou”, diz.

Na rua Coronel Virgílio, um poste com transformador caiu e algumas casas ficaram sem telhado. “Tudo ocorreu em menos de um minuto”, comenta Deine Lemes que teve a residência atingida.

Previsão de pouca chuva

De acordo com Juliana To­masini, do Centro de Informa­ções Hidrometeorológicas da Univates de Lajeado, o volume de chuvas chegou a 16 milí­metros ontem até as 17h. As rajadas de vento que atingiram a região com a chegada de uma nova frente fria alcançaram 50 quilômetros por hora.

Segundo Juliana hoje o tem­po começa a melhorar, a chuva se afasta e uma nova massa de ar seco e frio se instala sobre o estado, permitindo o retorno do sol e provocando uma queda das temperaturas que podem chegar a 5ºC na madrugada. As tardes terão temperaturas amenas, quando a máxima não passa dos 25ºC.

No mês de outubro, choveu apenas 63 milímetros em Lajeado, correspondendo a 40% do que deveria chover ao longo de todo o mês. “Isso ocorre devido à ocorrência do fenômeno La Niña que é res­ponsável por uma diminuição das chuvas”, diz.

Em novembro, a tendência é que os volumes continuem abaixo da média.

Mobilização para reformas

Segundo a assessoria de imprensa da Certel Energia, cerca de 85 funcio­nários, entre equipes de plantão, aten­dentes, eletrotécnicos e engenheiros eletricistas, foram mobilizados para nor­malizar a distribuição de energia. Mais de 500 ligações foram feitas ao Disque Certel Energia, das 14h às 17h.

A ventania e o contato de galhos e árvores na rede elétrica foram as principais causas das aproximada­mente 200 ocorrências registradas que prejudicaram o fornecimento de energia no interior dos municípios de Lajeado, Progresso, Marques de Souza, Salvador do Sul, São Pedro da Serra, Carlos Barbosa, Coronel Pilar, Westfália, Teutônia e Imigrante.

A AES Sul registrou 29,3 mil pontos sem luz nas regiões dos vales do Rio Pardo e do Taquari, em cidades como Venâncio Aires, Lajeado, Cruzeiro do Sul e Bom Retiro do Sul. Ao todo 15 equipes trabalharam para restabelecer a energia.

Pouca umidade preocupa

Os baixos volumes de chuvas verificados ontem não aliviaram os produtores de milho, soja, arroz e fumo da região. As regiões Oeste, Centro e Sul são as mais atingidas pela baixa precipitação.

Segundo a meteorologista Estael Sias, da Central de Meteorologia, a situação deve perdurar durante todo o verão, como é ca­racterístico em anos de La Niña. “Novembro deve ter apenas dez dias de chuva e não serão em grandes volumes”, adianta.

Prejuízo no comércio

A falta de energia prejudicou os comerciantes do centro de Lajeado. Segundo a proprietária de uma pada­ria na rua Bento Gonçalves, Maribel Reichert, as entregas previstas para às 18h atrasaram. “Essa longa inter­rupção nos deixou sem as máquinas de pesagem do café e de assar o pão, e estamos sujeitos a perdas dos pro­dutos do freezer”, avalia.

Veja como estão os plantios segundo levantamento da Emater/RS-Ascar

– Milho: o percentual da área semeada ultrapassa os 60%. A pouca chuva, ao mesmo tempo que favorece o plantio, começa a preocupar o produtor, já que a umidade presente no solo foi in­suficiente para uma germinação das sementes. Se não chover no período de florescimento, as perdas são irreversíveis.

– Soja: a que foi semeada não está germinando por falta de umidade. Alguns produ­tores preferem aguardar uma condição melhor para seguir o plantio.

– Feijão: apesar do baixo vo­lume, as últimas precipitações possibilitaram aos agricultores acelerar o plantio e ultrapassar em 6% a média histórica para o período, superando os 80% da área plantada.

– Arroz: o plantio segue em ritmo acelerado e alcança os 60%. No entanto, os produ­tores de algumas regiões co­meçam a enfrentar problemas em relação à falta de umidade adequada para uma germina­ção rápida e homogênea. A recomendação do Irga é de que os produtores com pro­blemas façam os chamados “banhos”, que visam suprir a falta de umidade no solo.

– Fumo: a falta da chuva prejudica o desenvolvimento da planta, já que o excesso de sol pode queimar as folhas. Muitos agricultores anteci­pem a colheita para evitar prejuízos.

– Leite: as pastagens anu­ais de inverno secam e não permitem mais o pastoreio. A previsão é de queda na produ­ção, já que a baixa umidade não permite a semeadura das pastagens de verão.

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