É hora de redobrar os cuidados

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É hora de redobrar os cuidados

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A cada ano com a proximidade do verão centenas de famílias buscam lazer e fugir das altas tempe­raturas em campings e bal­neários. Por isso, deve-se ter atenção aos indíces de morte de jovens e crianças vítimas de afogamentos. Na última temporada, pelo menos três pessoas morreram nas águas do Rio Forqueta num inter­valo de três meses.

balnearioNa época, a falta de deli­mitações e placas indicando os locais seguros para o banho e inexistência de material de resgate e salva-vidas treina­dos foram as razões aponta­das pelo Corpo de Bombeiros para as mortes.

A realidade mudou pouco desde então, e segundo Ricar­do Accyoli, capitão do Corpo de Bombeiros de Lajeado, os cuidados deverão ser redobra­dos este ano, principalmente, devido à enxurrada do início do ano que modificou os leitos dos principais rios da região. Segundo ele, muitos troncos e entulhos trazidos pela enchente são armadilhas perigosas aos banhistas e os responsáveis por casos de afogamento.

Accyoli aconselha as famílias para que procurem locais com infraestrutura e segurança para o banho, evitando balneários isolados e sem a presença de guarda-vidas (ver dicas no quadro abaixo). “As pessoas preci­sam fiscalizar e denunciar locais desprotegidos”, alerta. Ele diz que o Corpo de Bom­beiros realiza fiscalizações, mas que não tem autorização para notificar ou fechar um balneário. “O que fazemos é informar ao Ministério Público (MP) para que se­jam tomadas providências”, diz. Ele acrescenta que oito guarda-vidas estão sendo treinados para trabalharem nos campings da região e destaca para os cuidados que as pessoas devem ter ao presenciarem um afoga­mento. Segundo Accyoli, o resgate deve ser feito por um profissional, e na falta dele, é aconselhável usar cordas ou galhos para salvar a vítima. “Tentar tirá-la com os braços pode ocasionar uma tragédia dupla, pois a vítima, geral­mente, está desesperada e pode levar outra pessoa para o fundo do rio”, avisa.

O apelo de quem perdeu um filho

balnearioReni Gonçalves Noronha não consegue esquecer o fatídico dia 7 de fevereiro deste ano. Nessa tarde, seu filho mais velho se banhava no rio Forqueta, próximo da ponte de Ferro, quan­do desapareceu a cerca de 20 metros da margem. Noronha só reencontrou o corpo do filho morto no dia seguinte, quando os homens rãs do Corpo de Bombeiros o localizaram preso aos galhos e entulhos no fundo do rio.

A vida de sua família nunca mais foi a mesma. Ele garante que nunca mais entrou em rios e arroios e proíbe também seus outros filhos. “Meu filho sempre respeitou os pedidos que fazia para não ir para o fun­do ou longe das margens. E mesmo assim ocorreu essa tragédia”, lembra, acrescen­tando que jovens precisam de vigilância redobrada, pois são impulsivos.

Sobre a tragédia, ele diz que foi uma questão de se­gundos, e que isso deve ser­vir de alerta dos outros pais. “Vivemos numa região de rios, e é natural que jovens gostem de se divertir nestes locais. Mas, proíbam se des­loquem sozinhos ou a locais sem proteção e salva-vidas. Não desejo o que passei para ninguém”, deseja.

Dicas do Corpo de Bombeiros para prevenir acidentes

– Evitar nadar sozinho;

– Não tomar bebida alco­ólica antes de entrar na água;

– Não imergir em água após lanches e refeições;

– Não se afastar da mar­gem;

– Não saltar de locais elevados para dentro da água;

– Não tentar salvar pessoas em afogamento sem estar devidamente habilitado;

– Prefira lançar objetos flutuantes (bolas, boias, isopores, madeiras, pran­chas e outros) ou então corda para salvar pessoas, em vez da ação corpo a corpo;

– Não deixar crianças sozi­nhas sem a presença de um adulto responsável;

– Identificar nas proxi­midades a existência do salva-vidas e permaneça próximo dele;

– Olhar a sinalização do local, pois ela indicará se ele é próprio para banho ou não;

– Evitar brincadeiras de mau gosto, como os co­nhecidos “caldos”;

– Evitar navegar com car­ga em excesso;

– Tomar cuidado ao cami­nhar sobre as superfícies rochosas, pois podem es­tar escorregadias, levando a quedas e cortes;

– Só conduza embarcações se for habilitado e perma­neça longe dos banhistas;

– Instruir a criança do perigo existente ao entrar em águas mais profundas ou ficar só;

– Evitar brincadeiras fin­gindo que está se afogan­do, pois além de perturbar a paz pública, havendo um afogamento verdadeiro, as pessoas podem não dar importância, pensado se tratar de outra brincadeira de mau gosto;

– Em caso de problemas, ligar imediatamente ao Corpo de Bombeiros, para que ele oriente e auxilie a vítima.

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