Falta espaço para tanto cachorro

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Falta espaço para tanto cachorro

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Fundado em junho de 2008 para re­solver o problema do excesso de cães abandonados e vítimas de maus-tratos, o canil do Centro de Controle de Zo­onoses Municipal (CCZ) não tem capacidade para suprir a demanda. Isto pode ser verificado nos bairros mais carentes da cidade e na área central, onde a cena de grupos de cachorros passe­ando voltou a fazer parte do cotidiano dos lajeadenses.

canilQuestionada sobre o as­sunto, a secretária do Meio Ambiente (Sema), Simone Schneider, reconhece a dificuldade de resolver a situação e afirma que a administração elabora um plano para a castração de animais nos bairros caren­tes, evitando a proliferação. “Visitamos residências para fazer um relatório sobre quantos animais precisam desse serviço”, diz, acres­centando que o trabalho é realizado pelas agentes comunitárias de saúde.

Outra dificuldade citada pela secretária é a falta de disposição demonstrada pelos proprietários dos ani­mais. Segundo ela, a gran­de maioria não demonstra interesse na castração. A Sema busca formas de resolver a situação. “Ten­taremos mecanismos para evitar a procriação des­controlada”, diz. Uma das ideias seria a construção de canis e instalação de cercas nas propriedades, evitando que o animal tenha acesso à rua.

Voluntários com dificuldade de ajudar

canilParticipante de uma associação protetora de animais, Ana Luiza Kreutz reclama do descaso da comunidade e da administração municipal no tratamento dos animais abandonados. Hoje, com outras três voluntárias, Ana mantém dois pequenos canis que dependem de doações. “Mas, elas são insuficientes. Temos de pagar do nosso bolso parte do alimento, além dos remédios e das vacinas”, lamenta.

Outro problema é a possível perda dos imóveis onde hoje funcionam os canis. Segundo Ana, as duas casas estão à venda e não há outro local para levar os animais. “Além disto, precisaríamos de um veterinário voluntário para o tratamento desses animais”, diz.

A associação enfrenta proble­mas com a vizinhança. Eliseu Schweikart mora ao lado de um dos canis e diz que os latidos impedem algumas famílias de dormirem à noite. “Nada contra os animais nem as pessoas que cuidam de forma voluntária. Mas ,acho que a administração muni­cipal deveria assumir a questão e buscar um lugar mais apropriado para esses cachorros”, sugere.

CCZ recebeu 382 animais

A Sema informa que passaram pelo canil 382 animais, todos vítimas de maus-tratos, ferimentos cau­sados por atropelamentos e brigas, ou doenças. Destes, 269 foram recuperados e encaminhados para adoção, e os demais morreram. Hoje, há baias para receber de 25 a 30 animais, onde recebem tratamento e castração e são marcados com um chip para que a equipe possa acompa­nhá-los após a doação.

Segundo a estagiária de Biologia, Andressa Da­metto, o local não recebe animais abandonados, e sim cachorros doentes. “Não existe prazo para eles irem embora”, garante.

Novas regras

Para os donos de animais de estimação surge uma nova deter­minação. O vereador Waldir Blau apresen­tou um projeto que disciplina a circulação dos bichos em praças e parques públicos. A pessoa que não reco­lher as fezes do animal nesses locais pagará multa de R$ 50.

A matéria é anali­sada e será definido quem fiscalizará e au­tuará o infrator.

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