A secretária-geral de governo, Ana Pellini, adiantou, na semana passada, que aceitará a maioria dos pedidos dos moradores para em troca construir a nova penitenciária na cidade. Hoje, autoridades locais se reúnem com ela para iniciarem as negociações.
O primeiro lote foi encerrado na tarde de ontem, quando os construtores entregaram ao estado projetos de construção de cinco novas penitenciárias. Mesmo assim, o processo lajeadense segue em caráter emergencial até a metade de outubro.
Enquanto isso, durante o fim de semana, cerca de 650 moradores dos bairros Santo Antônio, Jardim do Cedro, Nações e Morro 25 se mobilizaram para votação da construção de um presídio nas proximidades de suas comunidades. Cerca de 85% dos votos foram a favor e 15% contra. No bairro Santo Antônio, mais de 350 pessoas participaram, na segunda-feira. A associação de moradores utilizou a sede para receber os votantes. O trabalho voluntário foi realizado das 8h às 17h.
Pedidos antigos de melhorias foram solicitados. Eles vão desde paradas de ônibus até pavimentações em ruas. O município desconfia de que tenha que auxiliar o estado na execução de alguns. “A lista de reivindicações é importante para a administração saber o que a comunidade precisa”, lembra o secretário de Indústria e Comércio, Carlos Alberto Martini.
Agora, a preocupação do município é com os índios. A intenção é solicitar ao estado que faça os estudos de impactos de vizinhança, ambiental e social na área indígena, que foram solicitados pelo Ministério Público Federal (MPF).
Contra o método
O vereador Sérgio Kniphoff é contra a forma atropelada que ocorre as negociações da construção da penitenciária. Ele critica o governo do estado porque apressa a comunidade lajeadense na decisão. “Não sou contra a um novo presídio em Lajeado, mas sim às formas com que o processo está sendo conduzido”, defende o vereador.
Principais pedidos:
Santo Antônio e município
– Investimento de 30% do valor total da obra – R$ 7,5 milhões – para infraestrutura nos bairros próximos a construção;
– caberá ao poder público municipal a elaboração dos projetos técnicos necessários para as obras de infraestrutura, arcando também com custos;
– Isenção de impostos estaduais e municipais para a instalação de novas empresas nos bairros;
– Transformar o atendimento do posto de saúde existente no bairro em 24h e ampliar especialidades médicas;
– Instalação de um posto permanente da Brigada Militar (24 horas);
– Atual área do presídio deverá retornar para o município;
– Acordo para a construção em até três anos de albergues nas comarcas de Estrela e Teutônia;
– Implantação de sistema prisional feminino em outra cidade da região;
– Manter aberto diálogo para reivindicações futuras.
Nações
– Cercamento e iluminação no campo de futebol;
– Pavimentação de ruas;
– Regulamentação de delimitação das áreas da divisa com Cruzeiro do Sul.
Morro 25
– Delimitação da área da divisa com Cruzeiro do Sul;
– Infraestrutura e pavimentação do loteamento Zago;
– Conclusão dos acessos de ligação aos bairros Santo Antônio e Nações.
Jardim do Cedro
– Posto policial;
– Ampliação do ginásio, creche e escola;
– Construção de uma ciclovia;
– Novas paradas de ônibus;
– Aumento da linha de transporte urbano;
– Cercamento do campo de futebol;
– Melhorias nas ruas.