Animais reaparecem, mas novo hábitat coloca-os a perigo

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Animais reaparecem, mas novo hábitat coloca-os a perigo

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Animais singu­lares, como ja­guatirica e ta­manduá-mirim, que criavam-se em matas fechadas da região, mudam de hábitat devido à expan­são urbana e à diminuição da área agrícola. Essa al­teração aumenta o risco de extinção nos próximos anos dessas espécies. Durante a semana, foram encontrados dois desses animais atrope­lados, em Santa Clara do Sul e Sério.

Conforme o biólogo Marcelo Heisler, as estra­das são feitas próximas da área de mata ou onde eram passagem dos animais. “Por isso, eles são encontrados revirando lixeiras à procu­ra de alimento e morando dentro de bueiros, onde a maioria morre”, explica. Heisler diz que as áre­as agrícolas abandonadas, geralmente as de difícil acesso, servem de lugar para o desenvolvimento de algumas espécies.

Agricultores notam que os animais raros têm apa­recido frequentemente em suas propriedades. Marcedo Mathias Marx, 35 anos, morador da localidade de Picada Santa Clara, inte­rior de Santa Clara do Sul, deixa as galinhas trancadas o dia todo. “Há um mês, quatro delas foram mortas”, diz. Marx encontrou em sua propriedade tucanos, tamanduás, jaguatiricas e caturritas.

O agricultor Harry Iná­cio Scheibler, 58 anos, de São Bento, em Santa Clara do Sul, convive com a mes­ma situação. Em busca de alimento – milho, galinhas e aipim – animais que vi­vem na mata invadem suas terras. Para prevenir os pre­juízos, Scheibler conta com a guarda de dois cachorros e mantém as galinhas presas durante a noite. “É comum ter gambás, cachorros e gatos do mato procurando o que comer à noite”, relata.

Punição à caça

Quando animais são encontrados mortos e de­nunciados à Patrulha Am­biental (Patram) é feita a investigação. Conforme Anestor de Moura, coman­dante geral da Patram de Estrela, se for encontrada a arma do crime ou então o autor pego em flagrante, ele pagará multa de R$ 5,5 mil por animal morto e terá instaurado inquérito criminal. Moura comenta que a caça é praticada, visto que há dificuldades para controlá-la.

Jaguatirica

jaguatiricaDos felinos pintados, a jaguatirica só perde em ta­manho para a onça. A colo­ração nas partes superiores do corpo é amarela com machas pretas. Vive em flo­restas densas ou vegetação do tipo parque. Ela sobe com facilidade em árvores para caçar ou esconder-se. Re­fugia-se em ocos ou covas ao pé de grandes troncos e em grutas. É comum viverem aos pares, algo raro entre os felinos. A condição física possibilita que a jaguatirica caminhe bastante atrás de suas presas: cotias, tatus e gambás. Quando perto de cidades, ataca galinheiros. As fêmeas dessa espécie, para terem seus filhotes, procuram lugares abrigados, como um oco de árvore ou moitas fechadas. O tamanho médio é de 1 a 1,3 metro, o peso médio é de 7 a 15 quilos. A gestação é de três meses, tendo dois a três filhotes por ano.

Tamanduá-mirimtamandua

Esse animal para defen­der-se, obter alimento e es­calar é capaz de flexões e rotações variadas. As patas traseiras têm cinco dedos pequenos com unhas propor­cionais e nas frontais garras centrais aumentadas. Apesar do baixo metabolismo, correm em velocidade considerável. Quando acuados ou irritados põe-se em posição de defesa, ficando de pé, com o auxílio da cauda, as patas frontais abertas como pinças espe­ram para agarrar a vítima.

Os tamanduás não têm dentição, por isso usam as garras potentes para defen­derem-se e quebrar cupin­zeiros. Sua língua é longa e revestida de muco para que seja totalmente eficiente na captura do alimento. O olfato é desenvolvido.

Seu comprimento total pode variar de 0,85 a 1,45 metro. O peso varia de 2 a 7 quilos. Alimentam-se de formigas e cupins. A gesta­ção leva de quatro a cinco meses. Essa espécie vive cerca de nove anos.

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