Motoristas embriagados seguem impunes

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Motoristas embriagados seguem impunes

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Um homem de 40 anos foi encontrado des­maiado em uma vala, no sábado à noite, na rua Bento Rosa, proximidades da BR-386. Ele dirigia embriagado sua motocicleta Honda Titan, placas INT 4434, quando caiu.bebadoO homem não foi preso em flagrante por embriaguez porque não feriu ou­tros, apenas a si próprio. Casos como esse mostram que mesmo depois de dois anos instituída a Lei Seca, que proíbe dirigir alcoolizado, motoristas continuam abusando no consumo de bebidas alcoólicas.

Conforme o promotor de Justi­ça Éderson Luciano Maia Vieira, o homem deveria ter sido preso, visto que a lei não restringe mais punições ao alcoolizado que fere outros. “Basta estar embriagado e conduzir o veículo”, completa. Para ele, a lei funcionava muito bem no início, agora apenas os mais humildes são punidos. “Pessoas orientadas negam-se a fazer o teste do bafômetro”, explica. O promotor lembra que há dois anos delegados saíam de suas casas durante a ma­drugada para consumar flagrantes de embriagados na Delegacia de Polícia. Hoje eles se sentem des­motivados, porque em questão de horas o preso está solto, visto que o Judiciário exige prova técnica para comprovação da embriaguez, seja ela pelo etilômetro, conhecido como bafômetro, ou pelo exame de sangue. “Estar alcoolizado é seme­lhante a estar com porte ilegal de arma de fogo. No momento parece inofensivo, mas a lei pune antes que o pior aconteça”, diz.

O promotor afirma que o abuso dos motoristas é resultado da redu­ção da fiscalização e da negação das pessoas se submeterem às provas técnicas. Na visão de Vieira, os testes são um direito e uma manei­ra que o cidadão tem para provar sua inocência. “Em alguns casos a pessoa pode estar tonta por outros motivos”, conta. Segundo ele, há casos em que as declarações de policiais e testemunhas são des­consideradas e os responsáveis por graves acidentes são mantidos em liberdade mesmo após flagrante por embriaguez.

Homem é preso após atropelar criança

No domingo um homem embriagado atropelou uma criança em Muçum. Sebastião Nunes de Oliveira, 47 anos, conduzia um Chevette pela rua Rui Barbosa, no bairro São José, quando atropelou Alisson André Pinto, 9 anos. A criança fraturou uma das pernas e foi levada para o Hospital Bruno Born (HBB) de Lajeado. Por meio do teste do bafômetro, foi comprovado que o motorista es­tava embriagado. Ele foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio de Encantado.

Além da prisão, embriaguez leva a outros prejuízos

Hoje quem for pego com mais de 0,3 miligramas álcool por litro de sangue, será detido, terá que pagar multa de R$ 957,7, o veículo é guinchado, perderá o direito de dirigir por um ano, além de pagar fiança, e responder por um processo penal que poderá levar à prisão defini­tiva depois de um período.

Álcool tira reflexos e causa acidentes

As estatísticas rodoviárias indicam que um terço dos acidentes de trânsito acontece por falta de atenção. “Con­dutores que se distraem enquanto sintonizam uma nova estação no rádio, conferem a viagem das crianças no banco traseiro, conversam com o carona, são os principais alvos”, diz o policial rodoviário Leandro Wachholz. O mesmo levantamento mostra que 75% das ocorrências de maior gravi­dade são em trechos de reta, onde o motorista sente confiança para come­ter abusos ao volante. E apesar das recomendações constantes desde o início da Lei Seca, a Polícia Rodoviária Federal já prendeu em flagrante mais de 16 mil pessoas em todo país re­provadas no bafômetro, que insistiram na mistura álcool e direção. Leandro explica que além de o condutor sob efeito de bebidas alcoólicas perder os reflexos, ele sobrevive por menos tem­po se estiver preso nas ferragens.

Foto carolina leipnitz

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