Controlar a sanidade e a produção será o primeiro passo

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Controlar a sanidade e a produção será o primeiro passo

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

GaliciaProfissionalismo é a denomi­nação ideal para resumir o processo de produ
cedil;ão de leite que existe na Galícia. Um conjunto de fatores forma a cadeia produtiva de maneira orga­nizada e controlada. Desde os labo­ratórios, produção até a industriali­zação do leite e derivados existem regras de atuação. Desde terça-feira, os gaúchos que estão na Espanha, há quase uma semana, visitaram quatro centros laboratoriais que são os responsáveis pelo melhoramento genético, desenvolvimento de novos produtos, assistência técnica aos produtores, criação de fórmulas inovadoras que aprimora a qualidade final do leite e aperfeiçoa o manejo dos produtores para garantir mais lucratividade.

Ao conhecer esses centros espe­cializados os gaúchos perceberam que o primeiro investimento deverá ser feito no controle da qualidade do leite que envolve teor de gordura, proteínas e contagem das células somáticas e intensificar o projeto de Erradicação e Controle da Bru­celose e Tuberculose Bovina, que hoje é feito em cinco municípios da comarca de Arroio do Meio e que na Galícia foi desenvolvido há 20 anos.

A Associação Provincial de Controle e Rendimentos da pro­víncia de Lugo (sem fins lucra­tivos), responsável por rastrear a qualidade do leite na Galícia há 18 anos, possui 2.140 sócios produtores que pagam uma taxa anual de 120 euros para a entidade. Eles representam apenas 35% do total de propriedades da Galícia, no entanto são responsáveis por 82% de todo leite produzido na região galega. Esses mais de dois mil produtores recebem todo mês um funcionário da associação que coleta amostras encaminhadas ao laboratório onde se analisa o índice de produção, a existência de doenças e o nível de reprodução, qualidade do leite. Os resultados são passados via mensagem celular ou e-mail aos produtores e em caso de problemas, imediatamente os animais são vistoriados e verifi­cados os motivos. Antes de existir essa associação de controle, em 1990 uma vaca produzia em média 20 litros de leite por dia. Depois de 18 anos (dados de 2008) essa média passou para 30 litros diá­rios, um aumento e 47%.”Isso nos dá a garantia de que o controle é indispensável para a qualidade e quantidade de produção”, explica o diretor da associação Ramiro Fouz.

O controle da sanidade é regra­do pelo governo da Galícia que exige cumprimento da lei de cada produtor leiteiro.

Em relação à sanidade, esse controle é feito pelo governo galego. Ninguém pode produzir leite sem ter o certificado sanitário que garante o rebanho e o leite como livres de qualquer doença que possa comprometer a saúde pública do consumidor e o selo de qualidade que o leite da Galícia possui mundialmente. “Elimina­mos a brucelose e a tuberculose, mas mesmo assim o governo visita todas as propriedades e faz várias análises laboratoriais para garantir a sanidade total das produções”, acrescenta Fouz.

Para Carlos Alberto Freitas, diretor superintendente da Cosuel, com as estatísticas apresentadas ficou claro que sem controle de sanidade e de produção não se consegue melhoramento genético. “Precisamos intensificar o projeto piloto que ocorre na Comarca de Arroio do Meio”, emenda o co­ordenador da comitiva Ardêmio Heineck.

Muito por fazer

Há seis meses, a Univates pos­sui um laboratório de análises, espelhado no sistema galego, oriundo de visitas anteriores. Sua estrutura permite fazer todo o processo analítico necessário para controlar a produção e a sanidade, no entanto apenas 600 das 92 mil vacas do Vale do Taquari passam por essa avaliação. Esses animais representam 20 propriedades, sendo a metade associados da Lan­guiru e outra metade da Cosuel. “Com certeza não temos demanda para atender toda essa cadeia de animais, porém a estrutura atual permite pelo menos o controle de 30 mil vacas”, ressalta o reitor Ney Lazari, informando que a Cooperativa Santa Clara de Carlos Barbosa procurou a universidade para iniciar o processo com as vacas de seus associados. “Os pro­dutores precisam se conscientizar que esse trabalho qualificará a genética e garantirá mais lucro”, acrescenta Lazary, que pretende enviar os resultados das análises via mensagem celular aos produ­tores, a exemplo do que ocorre na Galícia. “Hoje os resultados chegam até as propriedades em 20 dias. Nesse período, depen­dendo da gravidade do problema, o animal pode morrer ou infectar outros”, reconhece.

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