Padronizar as coletas de informações meteorológicas do Vale de acordo com normas internacionais e equipar os quase 20 “colaboradores do tempo” da Rádio Independente com novos aparelhos foram as propostas apresentadas ontem durante a reunião-café no Parque Histórico de Lajeado.O palestrante do evento foi o professor e diretor da MetSul Meteorologia, Eugênio Hackbarth, que trabalha na área há 23 anos, em São Leopoldo. Hackbarth iniciou os trabalhos afirmando que a região Sul tem muitas peculiaridades e por conta disso, é muito mais fácil de ser monitorada por pessoas que tenham nascido aqui. “Estamos em uma fronteira climática, em que as frentes de ar frio e quente se encontram”, afirma. Para tornar o serviço de previsões mais completo e padronizado, o professor demonstrou diversos aparelhos usados na medição de temperaturas e níveis pluviométricos, bem como sua forma de utilização. “Importante que eles sejam usados em locais abertos, sem interferência de prédios ou árvores, e a medida deve ser feita até as 9h, segundo padrões mundiais”, explicou, enaltecendo a quantidade de colaboradores, que segundo ele, não costumam existir em grande número como na região dos vales.
Segundo o engenheiro agrônomo da Emater Regional de Estrela, Nilo Cortez, foi feito um cadastramento de todos os colaboradores, para que a entidade tenha um controle maior sobre as previsões. “Iremos visitar esses meteorologistas amadores para analisar suas estruturas de trabalho. Depois, com parcerias tentar levar mais condições para que eles desenvolvam as previsões”, afirma. Cortez falou da importância dos dados registrados nos últimos anos, como alguns há mais de 20 anos. “Não podemos perder essas informações. Inclusive existe o interesse da Univates em realizar um banco de dados para armazenar tudo”, adianta. Sobre a importância desse trabalho, Cortez disse que muitos produtores e agricultores da região dependem dessas informações para o plantio e colheita de seus produtos. O professor Hackbarth lembra que os fenômenos metereológicos são ciclos, por isso é possível prever novas enchentes ou estiagens a partir da análise das previsões de anos anteriores.
Foto Rodrigo Martini